Exame feito em água de condomínio na Agronômica apontou excesso de alumínio
A Vigilância Sanitária estadual começou, nesta segunda-feira, a coletar amostras de água fornecida pela Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) à região central de Florianópolis para analisar se há excesso de alumínio no líquido.
Na semana passada, exame realizado no laboratório da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) apontou que o índice da substância na água do condomínio Orlando Odílio Koerich, no bairro Agronômica, era superior ao previsto por lei. O teor encontrado foi de 0,5 mg por litro, e que o máximo permitido é 0,2.
Mas, em reunião com representantes do Ministério Público de Santa Catarina, Cidasc e Vigilância Sanitária Estadual na sexta-feira, dia 5, a Casan apresentou laudo que mostrou que o teor de alumínio na água estava dentro do limite.
Por isso, o promotor de Justiça Fábio de Souza Trajano pediu uma coleta e análise da água em cinco pontos diferentes de Florianópolis. As amostras serão analisadas no mesmo laboratório e, a partir dos resultados, será feita a investigação.
Além do condomínio, será analisada a água dos bairros Pantanal, Trindade, Santa Mônica e Centro. A coleta está sendo feita nesta segunda-feira, na rede pública de água (região antes de chegar às casas e prédios).
A Vigilância Sanitária do Estado deve encaminhar as amostras ao laboratório da Cidasc e a um particular. O laudos devem ficar prontos em uma semana.
Segundo a diretora do órgão, Raquel Bittencourt, também foi pedido à Casan o histórico das análises dos últimos 12 meses para verificar a quantidade de alumínio.
Grande Florianópolis é abastecida pelo mesmo sistema
A água que abastece a Grande Florianópolis tem origem em três grandes sistemas. O maior é o sistema Cubatão, que atende a parte central da Ilha, o Continente e os municípios de São José, Biguaçu e Palhoça. Existe ainda um sistema independente que atende a região Norte da ilha e outro no Sul de Florianópolis.
O condomínio na Agronômica é atendido pelo sistema de Cubatão. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), Paulo Aragão, se for efetivamente constatada a irregularidade na quantidade de alumínio, a substância estará disseminada na água consumida pelos moradores dos municípios da Grande Florianópolis.
A fiscalização da qualidade da água deve ser realizada pela Vigilância Sanitária do Estado, em articulação com a Secretaria Municipal de Saúde. Quando é detectado algum problema, o regulamento da fiscalização determina uma série de providências que devem ser tomadas pela empresa concessionária.
Em 2007, cinco exames laboratoriais mostraram que a quantidade de alumínio na água do condomínio era até cinco vezes maior que a permitida por lei. Quando ingerida em excesso, a substância pode provocar câncer.
(DC, 09/09/2008)
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