O que pode ser eficaz contra a violência

Da coluna de Cacau Menezes (DC, 04/08/2008)
Será que o poder público vai aproveitar algo do que o colombiano Hugo Acero dirá hoje, aqui na Capital? Acero falará sobre o seu trabalho à frente da Secretaria de Segurança de Bogotá, capital da Colômbia. Por quase uma década como secretário, conseguiu reduzir a criminalidade local.
Pegou a cidade com 80 homicídios por 100 mil habitantes. Há dois anos, o índice em Bogotá era 18 por 100 mil. Por sinal, número que não deixa de ser alto, mas que é menor que o de Florianópolis, uma cidade de proporções tímidas no comparativo com a metrópole colombiana.
Acero vem à Capital num contexto de eleição municipal, mas quem deve tirar maiores lições é a segurança pública estadual, que, afinal, é a responsável pelas políticas públicas no assunto. Nesse aspecto, é claro, a repressão na Colômbia foi combinada com investimentos: capacitação, veículos e construção de novas unidades de policiamento.
Mas é nas providências pertinentes aos municípios que as medidas adotadas por Bogotá despertam interesse.
A prefeitura lá investiu em infra-estrutura nas área de maior criminalidade. Maior iluminação, asfalto, recuperou áreas de lazer.
O que fazer aqui: iluminação pública, nem se fala. Ruas centrais não só da Capital e de alguns dos maiores municípios do Estado são pura penumbra, um convite à ação do marginal e ao isolamento do cidadão e cidadã, que caminha sob permanente tensão e medo pelas calçadas. Regiões onde o crime vem crescendo com freqüência assustadora também têm como característica a falta de infra-estrutura. Então, vamos ficar de olho no que vão dizer os candidatos.