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Obras de restauração da Catedral revelam partes escondidas

A fachada da Catedral Metropolitana de Florianópolis é bem conhecida pelos moradores e turistas que andam no Centro da cidade. O que fica na parte de trás, no entanto, está escondido há 60 anos. Agora, o trabalho de restauração da igreja volta a mostrar as torres e os vários níveis de telhado dos fundos da igreja. Para isso, paredes e teto de um anexo com cerca de 70 metros quadrados são removidos cuidadosamente pela equipe de restauradores.
Desde 1948, um andar construído em cima da antiga sacristia tirou a visão da catedral das pessoas que passam pela Rua Padre Miguelino, na lateral da construção. A restauração, iniciada em 2005, quer devolver à igreja seu formato original, projetado em 1773.
Além de buscar a volumetria externa da antiga construção, a retirada das paredes permitirá a entrada de luz pelos vitrais do lado esquerdo.
– A luminosidade dos vitrais leva àquele ambiente de fé no interior da igreja. Queremos resgatar isso – disse o arquiteto responsável pela obra, Jonathan Carvalho.
Trabalho está três meses atrasado
A retirada do anexo começou há duas semanas. Tudo que foi feito de tijolo será removido. Ficarão apenas as paredes de pedra, barro e cal da construção original. Por isso, lonas e telas protegem a antiga sacristia, onde já se pode ver pinturas antigas nas paredes e ladrilho hidráulico no chão.
– Essa área será transformada em um espaço museal, com exposição de peças históricas e de valor da própria catedral – explicou a coordenadora da obra, Maria Aparecida Souket Nasser.
A restauração da catedral começou em 2005 e a terceira fase, referente à recuperação da parte externa, estava prevista para terminar em julho deste ano. Porém, dificuldades na aprovação de projetos executivos no Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf) e as chuvas fortes que ocorreram nos últimos meses, atrasaram a entrega.
– Diferente de muitas construções, não tivemos problemas de recursos. O dinheiro sempre esteve disponível – relatou o presidente da comissão que coordena a obra, Roberto Bentes de Sá.
As outras fases foram a obra emergencial, pois havia possibilidade de desabamento do teto, e a reabertura da catedral para os fiéis. O último passo será a restauração interna de peças e do arco do cruzeiro, acima do altar.
Durante o processo de restauro, outros itens foram sendo incluídos no projeto, o que contribuiu para o atraso.
– Faremos a climatização da catedral pelo piso e a iluminação externa nos moldes da de Florença, na Itália. Isso custará mais R$ 1,5 milhão – disse o secretário de desenvolvimento regional da Grande Florianópolis, Valter José Gallina.
Além dessa quantia, estão sendo investidos aproximadamente R$ 5 milhões na restauração da igreja, com recursos dos Fundos Estaduais do Turismo e da Cultura.
(Tatyana Azevedo, DC, 09/07/08)

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