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Férias

Artigo de Diego Fernando R. Soares — estudante do do 3° ano do ensino médio em Jaraguá do Sul (A Notícia, 18/07/08)
O Brasil vive uma crise educacional sem precedentes, tanto na rede pública quanto na privada. Mas o porquê dessa crise? Se há crise, por que professores e alunos desfrutarem de férias em dois períodos do ano? Será que a qualidade da educação está aliada à quantidade de aulas ministradas? Ou melhor: se a quantidade destas determina o fim da crise, por que o ensino privado também está em crise?
Infelizmente, a qualidade da educação brasileira não está unida com a carga horária. Depende desta, mas não somente dela, pois, se fosse assim, a solução seria apenas ampliar a jornada educacional diária e diminuir o tempo de férias e teríamos uma educação de primeiro mundo.
Mas a questão é mais complexa. Todo profissional, ao completar sua jornada diária de trabalho, retorna só no dia seguinte ao seu posto, exceto alunos e professores. Enquanto o aluno deve estar revisando e estudando o assunto ministrado em sala de aula, o professor deve estar corrigindo provas, trabalhos, “fechando” notas. Ou seja: tanto o educador quanto o educando têm uma dupla jornada.
Quem atualmente critica ou já criticou o tempo de férias escolares, quando viveu seu momento estudantil, com certeza implorava por elas no fim do semestre para poder descansar, brincar e ter seu momento de lazer. O artigo 24 parágrafo primeiro da lei n° 9394/96 diz o seguinte: “A carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar”, ou seja, a unidade escolar, juntamente com seus funcionários e alunos, deve cumprir esta lei – o que na prática ocorre.
Mas apenas o cumprimento ou ampliação desta carga horária não determina a qualidade da educação. O que motiva a condição de uma educação de qualidade, antes de tudo, é um professor dedicado e bem remunerado, um aluno com vontade de aprender, uma infra-estrutura apropriada e adaptada às necessidades da escola. Por isso, em minha opinião, o caminho da revolução da educação brasileira não está na quantidade de aulas, mas na federalização da educação.

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