Rita Maria não tem reforma há 27 anos

Inaugurado em setembro de 1981, o Terminal Rita Maria, na Capital, é exemplo do descaso do setor público. Sem reforma há 27 anos, a rodoviária tem goteiras no telhado, equipamentos antigos, mangueiras anti-incêndio danificadas, desnível no piso, banheiros interditados, além de faltar policiamento.
Segundo usuários e comerciantes, o terminal precisaria de uma grande reforma para garantir o mínimo de conforto e segurança. Patrícia Rachadel, 41 anos, funcionária de uma das lanchonetes há duas décadas, lamenta a falta de manutenção da estrutura. “O terminal está ficando velho e eu nunca vi uma reforma, obra que iria atrair mais público”, afirma.
Funcionário de uma das empresas de transporte de passageiros, Anildo de Souza também denuncia problemas no terminal. Reclama, principalmente, do desligamento do ar condicionado, da interdição de um dos banheiros e das goteiras em dias de chuva. “Quando chove, precisamos trabalhar de guarda-chuva aqui dentro”, conta.
Souza reclama também da situação das cadeiras, que nunca foram trocadas desde a inauguração, e da falta de ronda policial. “A marginalidade toma conta nos finais de semana”, afirma.
Roberto Scalabrin, diretor do Departamento de Transportes e Terminais do Estado de Santa Catarina (Deter), afirma que a depreciação do prédio é natural. Mesmo assim, o órgão tem uma programação de obras para a rodoviária, principalmente no telhado e nos 16 banheiros.
Empresas serão contratadas para preparar projetos de recuperação, com o custo estimado de R$ 1 milhão. “Os banheiros são antigos”, reconhece.
Lojistas temem licitação
Parte dos 48 comerciantes que dividem o espaço da Central da Moda, no piso superior do Terminal Rita Maria, não gosta nem de falar em licitação para ocupação dos espaços comerciais.
Desde o início do ano passado, o governo estadual anunciou o lançamento de um novo processo de licitação pública. O local é utilizado há mais de dez anos pelos mesmos comerciantes, que defendem a permanência sem a necessidade de concorrência pública.
Segundo a presidente da Associação das Indústrias de Vestuário do Aglomerado Urbano de Florianópolis (Assinvesp), Luziane Dias, o processo está “parado”.
Luziane afirma que o medo da licitação ainda existe e que os comerciantes não querem mais se incomodar com a situação. “Queremos continuar trabalhando e não perder o emprego”, afirma.
De acordo com Roberto Scalabrin, o governo estadual ainda não definiu se o espaço será novamente licitado. “Se isso acontecer, não poderá ser para apenas um ramo do comércio”, afirma.
Existe a confirmação de licitação para renovar o uso de outras 18 lojas e quatro lanchonetes, que, segundo o diretor, deve ser lançada nos próximos dias.
(Notícias do Dia, 16/05/08)