Para lembrar o Dia da Mata Atlântica, o Conselho Regional de Biologia 3ª Região (CRBio3 – RS/SC) convida todos para participarem do plantio de mudas na Lagoa do Peri, que será realizado em 27 de maio, das 10h às 12h.
O objetivo dos organizadores é realizar um grande mutirão para simbolizar a data. O Grupo Pau Campeche doou 200 mudas de espécies de Mata Atlântica, que serão plantadas no Parque Municipal Lagoa do Peri em uma área que foi desmatada. A Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram) fará as covas para as mudas. ONGs ambientalistas de Florianópolis e outras instituições tambem estarão engajadas, providenciando mais mudas e expondo programas ambientais, como o Laboratório de Ecologia Vegetal da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e um grupo escolar que executa o projeto chamado Topas (Todos Podem Aprender Sempre).
Conscientização
Para a conselheira do CRBio3, Ingrid Tremel Barbato, através do plantio de mudas de árvores, o CRBio3 visa alertar a população sobre a importância de olharmos com outros olhos para ações como o desmatamento realizado pelo homem. “Queremos valorizar os projetos ambientais que já estão acontecendo em algumas regiões e mostrar ao biólogo sua responsabilidade social, educacional e de atitudes em relação às nossas matas”, explica.
Segundo a bióloga, a iniciativa busca ainda incentivar a comunidade na conscientização para que “em seu pequeno pedaço de terra também ajude a recuperar áreas que irão fazer falta um dia para respirarmos”.
Parque Municipal da Lagoa do Peri
Localizado na Região Sudeste da Ilha de Santa Catarina, está inserido em um dos últimos remanescentes de Floresta Atlântica. Com cerca de 20 km², o parque abriga a maior lagoa de água doce da costa catarinense, que totaliza uma área de 5 km².
A Lagoa do Peri foi tombada como Patrimônio Natural em junho de 1976, sendo o Parque Municipal da Lagoa do Peri criado e regulamentado entre 1981 e 1982.
Além do fornecimento de água às comunidades do Sul da ilha, o parque preserva espécies raras de árvores, como peroba, alma-cega, guarapari, bicuíva, maçaranduba, cedro, e espécies ameaçadas de extinção, como canela preta e sassafrás. Há ainda no parque cipós, palmitos, orquídeas e bromélias, que formam verdadeiros jardins suspensos. Abriga-se no local variada fauna composta por sabiás, gaviões, tucanos, macacos, cachorros-do-mato, tamanduás, entre outros animais silvestres.
Dia da Mata Atlântica
A Mata Atlântica foi considerada Patrimônio Nacional pela Constituição Federal, de 1988, e pelo decreto nº. 750, de 10 de fevereiro de 1993. Posteriormente, outro decreto presidencial, de 21 de setembro de 1999, instituiu 27 de maio como o Dia da Mata Atlântica. A data foi escolhida por que foi em 27 de maio de 1560 que o padre Anchieta assinou a antológica “Carta de São Vicente, onde descreveu, pela primeira vez, a biodiversidade das florestas tropicais.
Mata Atlântica
A Mata Atlântica é um dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo e o segundo mais ameaçado de extinção. Originalmente, o bioma abrangia uma área equivalente a 1,36 milhão de km² e estendia-se ao longo de 17 Estados do Brasil (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí).
Hoje, mais de 93% já foi devastado, estimando-se que restam menos de 100 mil km², em remanescentes fragmentados, ou o equivalente a 15% do território nacional. Estes dados são do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, produzido pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), desde 1989.
Apesar da devastação, a Mata Atlântica é um dos biomas com uma das mais altas taxas de biodiversidade do mundo: cerca de 20 mil espécies de plantas angiospermas (6,7% de todas as espécies do mundo), sendo 8.000 endêmicas, e grande riqueza de vertebrados (264 espécies de mamíferos, 849 espécies de aves, 197 espécies de répteis e 340 espécies de anfíbios).
Após 14 anos de tramitação no Congresso Nacional, a Lei da Mata Atlântica foi sancionada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva. A lei nº. 11.428, de 22 de dezembro de 2006, “dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica” (a íntegra está na
URL: www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11428.htm
Aproximadamente 70% da população brasileira vive nos remanescentes deste bioma. Santa Catarina está inserida na Mata Atlântica e conserva cerca de 17% da cobertura original.
Fonte: CRBio3
(Portal do Meio Ambiente, 24/05/08)