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Pacto contra mudança climática requer apoio financeiro, diz ONU

Depois que o Protocolo de Kyoto expirar, a luta mundial contra as mudanças climáticas vai fracassar se os países ricos não apresentarem meios criativos para financiar o desenvolvimento limpo de nações pobres, disse no sábado um alto funcionário da ONU.
“Não vamos ver um grande envolvimento dos países em desenvolvimento se não começarem a ser mobilizados recursos tecnológicos e financeiros significativos”, declarou à imprensa o secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), Yvo de Boer.
De Boer e a vice-presidente para Desenvolvimento Sustentável no Banco Mundial, Katherine Sierra, disseram estar estudando uma longa lista de esquemas de financiamento e propostas, e esperam concluir isso até o fim de 2009, seu prazo final.
Mas eles estão bastante conscientes das críticas sobre os temores de que o Banco Mundial vá “sequestrar” bilhões de dólares de ajuda ao desenvolvimento para repassá-los à luta contra as mudanças climáticas.
“A preocupação predominante entre os países em desenvolvimento é com o crescimento econômico e a erradicação da pobreza. Não se pode esperar que os países em desenvolvimento se engajem na questão da mudança climática e prejudiquem aqueles objetivos predominantes”, disse De Boer.
O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, disse em um discurso na quinta-feira que “tratar da mudança climática não funcionará se isso simplesmente for visto como um clube dos homens ricos”.
As primeiras conversações formais para elaborar um acordo em substituição ao Protocolo de Kyoto, que termina em 2012, ocorreram em Bangcoc no começo deste mês e há planos de sete rodadas de negociações, culminando em Copenhaguen, no fim de 2009.
Os peritos da ONU em clima querem que o novo tratado seja mais amplo do que o de Kyoto, estabelecendo que todos os países concordem em coibir emissões de gás carbônico que estão alimentando o aquecimento global.
Pelo Protocolo de Kyoto, somente 37 nações ricas devem cortar as emissões a uma média de 5 por cento, a partir dos níveis verificados em 1990. Mas os países em desenvolvimento querem compromissos firmes de ajuda para cumprirem as metas que venham a ser fixadas.
O mercado internacional do carbono é uma fonte de financiamento, mas não é suficiente, segundo De Boer. Ele afirmou estar muito interessado em uma proposta alemã para leiloar direitos de emissão e usar os recursos obtidos para ajuda internacional.
(Louise Egan/ReutersBrasil Online, Globo Online, 12/04/08)

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