Desde o final da década de 80 que, no bojo de um movimento de resgate aos alimentos naturais, não industrializados, os enlatados passaram à berlinda. Embalagens de vidro e plástico ganhavam progressivamente a imagem de mais saudáveis.
Até o ano 2000, a maioria dos óleos comestíveis utilizava latas de aço. Com o apelo da transparência, a garrafa plástica PET inicialmente ganhou o mercado de óleos especiais e, sobretudo a partir de 2004, com o aumento do preço do aço em âmbito mundial, chegou ao produto mais popular – o óleo de soja.
Para se ter uma idéia da dimensão da mudança, em 97, foram produzidas 1,9 bilhão de embalagens de 900 ml para óleo comestível. Desse total, 88% eram latas de aço. Em 2000, esse percentual já caíra para 78%. As projeções para 2007 indicaram que, do total de 2,36 bilhões de embalagens com 900 ml, cerca de 2 bilhões (85%) são garrafas PET e apenas 400 milhões (17%), latas de aço.
Outro fator a alimentar a mudança foi a chamada “integração vertical”. Grande parte da indústria de óleos de cozinha adquiriu maquinário para a fabricação das próprias embalagens, comprando ao setor de plásticos a matéria-prima necessária ao processo.
Toda essa história teria um viés puramente mercadológico, não fosse o fato de, agora, a lata de aço surgir como muito mais benéfica não só à saúde humana, mas também ao meio ambiente.
“É impossível colocar óleo em embalagem PET sem usar conservantes”, disse a AmbienteBrasil Antônio Carlos Teixeira, presidente do Sindicato Nacional das Indústrias de Estamparias de Metais (Siniem), entidade que representa os fabricantes de latas de aço do país.
Ele assegura também que o uso da lata de aço proporciona um ganho ambiental “altíssimo”. “O PET que embala óleo não pode ser reciclado, porque a embalagem fica impregnada do produto”, garante.
O setor vem divulgando que a lata de aço apresenta vários benefícios que merecem ser ressaltados. Seu recolhimento seria o mais fácil dentre todos os materiais de embalagem, pois requer apenas o uso de eletroímãs, ao passo que outros tipos de embalagem demandam separação manual.
As latas de aço registram índice de reciclagem de 40% e o aumento desse índice depende principalmente de decisões de cunho político por parte das Prefeituras para implantarem o uso de eletroímãs nos centros de triagem de lixo, defende o setor. “A sucata de latas de aço tem valor e mercado comprador definido”, apregoa.
A embalagem de aço, além de 100% reciclável, é também degradável. Um estudo realizado pela Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial (Nutec) revela que o tempo máximo de degradação pós-consumo de latas de aço para bebidas em ambientes próximos ao mar de Fortaleza (CE) é de três anos.
Segundo o estudo “Os Bilhões Perdidos no Lixo”, de autoria do consultor da ONU e pesquisador na área de resíduos sólidos Sabetai Calderoni, a lata de aço leva em média cinco anos para se decompor totalmente (de 3 a 6 anos). Já, segundo o mesmo estudo, o tempo de degradação do plástico é superior a 100 anos.
Ainda conforme a divulgação do setor, estudo conduzido pelo CETEA / Ital (Centro de Tecnologia de Embalagem), de Campinas (SP), apresenta a condição dos dois materiais – lata de aço e PET – decorridos quatro anos de seu descarte na natureza. Enquanto a lata de aço está praticamente decomposta, a garrafa PET permanece intacta.
As latas que eventualmente não forem separadas e acabarem dispensadas no meio ambiente são absorvidas como óxido de ferro, enriquecendo o solo.
Antônio Carlos Teixeira disse a AmbienteBrasil que o setor não pretende “comprar brigas”. Quer apenas divulgar tais dados a fim de que o “pessoal mais consciente” valorize a lata de aço, “mais amigável com a natureza”.
Aí reside outro problema. Digamos que o leitor dessa matéria acate os argumentos ora apresentados e resolva optar pelo óleo de cozinha em lata. Dificilmente irá encontrá-lo nas prateleiras dos supermercados. Uma exceção é a marca Leve, de soja, fabricada no Paraná. Seu diferencial, capaz de conquistar um nicho específico, é a informação “Alimento não transgênico”, festejada por ONGs como o Greenpeace.
Na qualidade de item da cesta básica, o óleo de soja é beneficiado na cobrança de ICMS. A alíquota habitual, de 18%, cai para 7%. Seria muito interessante que o Governo Federal investigasse as alegações pró-lata de aço e, se tecnicamente confirmando-as, pensasse em conceder maior incentivo à embalagem menos poluente.
Para Antônio Carlos Teixeira, o novo fôlego ao setor já seria viabilizado se as compras públicas dessem preferência ao produto.
(Mônica Pinto, Ambiente Brasil, 02/04/08)
9 Comentários
Preciso saber se voces usam embalagem de lata fornecida pela CSN de Volta Redonda.
Aguardo, obrigado
Ilmar, RJ
eu sempre gostei dos produtos em lata, eu procuro em todos os mercados se tem óleo em lata, margarina em lata, não encontro nada, e além do mais conservam muito mais, poderia voltar a fabricar tudo como era antes em lata e também em vidro, oléo em plástico ficou horrível,margarina em plástico e até maionese em plástico ficou horrível, Tudo ficou com um gosto ruim e até as batatinhas que vou fritar com esses óleo de plástico ficou com cheiro ruim eu não gosto.
Portanto, vamos conscientizar e trazer de volta a fabricação em lata de aço, “A natureza agradece” E com certeza vai ser a minha maior felicidade.
Gostei muito da matéria de Mônica Pinto. Quando comecei a me concientizar sobre a importância de preservar-mos o meio ambiente, senti um grande aperto no coração pelo fato de não ter percebido a mais tempo o valor e a necessidade de cuidar-mos de um bem tão valioso.
Vamos ter em mente a importãncia de consumir-mos produtos em latas e não plásticos.
Gostei muito da matéria de Mônica Pinto. Quando comecei a me concientizar sobre a importância de preservar-mos o meio ambiente, senti um grande aperto no coração pelo fato de não ter percebido a mais tempo o valor e a necessidade de cuidar-mos de um bem tão valioso.
Vamos ter em mente a importãncia de consumir-mos produtos em latas e não plásticos.
Gostei muito da matéria de Mônica Pinto. Quando comecei a me concientizar sobre a importância de preservar-mos o meio ambiente, senti um grande aperto no coração pelo fato de não ter percebido a mais tempo o valor e a necessidade de cuidar-mos de um bem tão valioso.
Vamos ter em mente a importãncia de consumir-mos produtos em latas e não plásticos.
Gostei muito da matéria de Mônica Pinto. Quando comecei a me concientizar sobre a importância de preservar-mos o meio ambiente, senti um grande aperto no coração pelo fato de não ter percebido a mais tempo o valor e a necessidade de cuidar-mos de um bem tão valioso.
Vamos ter em mente a importãncia de consumir-mos produtos em latas e não plásticos.
eu não aguento mais esse oleo de garrafa pet
tem um cheiro rovél
Em um pais que necessitamos de leis para se ter candidato politicos com ficha limpa,e 40 milhões de brasileiros passando fome, é desgastante ter que ler comentários semelhantes aos acima descrito. Na necessidade de suprir as condições que estamos de sociedade de c0nsumo, precisamos consumir o quanto pudermos para ajudar o pais crescer. Das melhores frutas produzidas no pais exportamos as melhores, das melhores carnes produzidas ficamos com as de segunda quando não com o osso e assim por diante, ei pessoal acordem ! Embalar em garrafas Pet, sejam refrigerantes, isotonicos, oleos ou água é mais barato do que embalar em outros materiais.Portanto temos que seguir a corrente ou mudar para um pais de 1° mundo.
Caro Eduardo, peço-lhe desculpas antecipadas por descordar de sua opinião. O mais importante é a qualidade de vida e não o crescimento econômico pois este, no ritmo em que está, só tende a consumir todos os recursos naturais do planeta em que vivemos e se todos pensarem desta forma, incentivando o consumo muito em breve irá sobrar dinheiro e faltar comida pois a natureza tem o seu ritmo próprio e leva muito tempo para criar ou desintegrar qualquer coisa. Para uma vida saudável é aconselhável entrar neste ritmo e produzir e consumir somente o necessário pois tudo o que vem acima disto nos torna compactuantes com o delito, com a degradação em que se encontra nossa morada, nosso planeta.
O cheiro desagradável que as pessoas sentem nos produtos acondicionados nas embalagens plásticas é devido ao próprio plástico que larga micro partículas que acabamos por ingerir junto com alguns alimentos e que vem a ocasionar mal funcionamento do organismo, principalmente dos intestinos. Sou produtor de óleo e sei que o melhor material para o acondicionamento natural dos mesmos é o aço.