Um carro movido a energia do sol, distante do alto consumo de combustíveis como gasolina e diesel e que ainda deixa de dispensá-los na atmosfera. O pequeno veículo tem 15 centímetros de comprimento, mas já pode ser considerado uma grande idéia. É encarado, inclusive, como provável alternativa para minimizar os efeitos negativos no clima por conta do contato com os famosos poluentes, emitidos pela queima dessas substâncias inflamáveis, decorrente do uso desenfreado dos carros tradicionais.
Atualmente, a iniciativa tem função somente de protótipo, bem longe de ser transformada em realidade. O veículo foi produzido pelos profissionais do Espaço Ciência, museu interativo que funciona a céu aberto em uma área de mata atlântica e manguezal, situada entre as cidades de Recife e Olinda. É visitado, constantemente, por estudantes e curiosos que deixam o local mais orientados sobre a possibilidade de modificar o panorama climático atual.
O carro dá seus “primeiros passos” a partir da incidência dos raios solares em sua estrutura. A luz, então, produz energia elétrica a partir do contato com uma célula, que está interna. Há a eletrólise (quebra) da molécula de água e, sozinho, o Hidrogênio gera força para uma espécie de pilha, alimentada por essa substância que não promove a queima de combustíveis prejudiciais à atmosfera. O conceito ‚ simples e, de acordo com o diretor do Espaço Ciência, Antonio Carlos Pavão, que é professor de Química da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), poderia sim ganhar as ruas das grandes capitais.
“Seria positivo para todos. Bom para o bolso, já que o carro não precisaria ser abastecido. E, mas importante do que a questão financeira, deixaria de atacar a atmosfera, o meio ambiente e, conseqüentemente, a vida de quem precisa dividir o espaço com os milhares de poluentes”, reforça Pavão.
Conscientizar a sociedade realmente parece ser o motor das ações do Espaço Ciência. A orientação sobre as formas corretas de utilizar energia pode ser encontrada no Pavilhão de Exposições do museu, onde está montada uma descrição das variadas forças utilizadas, com ênfase nas positivas e negativas. A partir de experimentos, são demonstradas as conseqüências de comportamentos equivocados. “Nós mostramos o que causa a queima de combustíveis fósseis, como a gasolina, o petróleo, diesel e carvão.
Como essa poluição afeta as nossas reservas de mata atlântica e contribui para o desmatamento, aumento do efeito estufa e a ausência de um ar mais puro”, explica. Também são exemplificadas outras formas de energia como a eólica (dos ventos), fotovoltaica (luz solar) e a hidreeltricidade (utilizando a água). “Essa queima de substâncias negativas já existe desde o início do século XIX.
Falta estímulo e orientação por parte do poder público na intenção de alertar as pessoas para que modifiquem a postura adquirida e passem a contribuir para a propagação de práticas mais saudáveis”, frisa.
Fonte: Folha de Pernambuco
(Mariana Soares, Centro de Estudos em Sustentabilidade da EAESP, 06/04/08)