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Arquitetos, engenheiros civis e profissionais da construção civil da região de Garopaba, no Sul do Estado, se reuniram ontem (24/03) para conhecer o trabalho do professor alemão Gernot Minke, 70 anos. Ele coordena um laboratório que desenvolve pesquisas em bioarquitetura, que prioriza o uso de materiais naturais como barro, palha e grama.
O encontro aconteceu no Projeto Ambiental Gaia Village, onde há 10 anos são executadas obras com materiais alternativos, com diminuição dos custos e, principalmente, dos impactos no meio ambiente. A idéia dos profissionais é realizar trabalhos semelhantes na cidade e associar a biotecnologia à ações de preservação ambiental já existentes nessa região.
“Nosso instituto desenvolveu mais de 50 pesquisas, 30 delas ligadas ao uso do barro nas edificações. Hoje, 1/3 das moradias do mundo são feitas desse material”, disse o diretor do Laboratório de Construções Experimentais da Universidade de Kassel, na Alemanha.
Segundo o engenheiro, a bioarquitetura ainda sofre algumas resistências por parte de setores tradicionais da construção civil pelo fato de reduzir o uso de produtos convencionais como cimento.
Modalidade prevê casas com telhado de grama
Por outro lado, essa alternativa já ganha simpatizantes em países como Portugal, Alemanha e Argentina.
“Em muitas cidades, o uso do telhado com grama é um grande sucesso. Com esse método, 30% da água da chuva é absorvido, e o restante liberado de forma gradual, o que diminuiu as enxurradas”, observou o presidente do projeto Gaia Village, Franco Werlang.
O secretário municipal de Obras e Saneamento de Garopaba, Samuel Ramos de Lima, acredita que a bioarquitetura terá um campo fértil no município.
“Já temos algumas obras com essa técnica e teremos várias outras muito em breve, pois aqui o material alternativo é abundante”, avaliou o secretário.
(Marcelo Becker, DC, 25/03/08)

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