O consumo supérfluo
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Artigo de Dorvalino Furtado Filho, médico veterinário (DC, 21/03/08)
Suponha que estes irracionais ou imbecis que correm atrás do chamado boi, nesta farra que dizem que é do boi, mas é dos “humanos”, se colocassem no lugar do animal, ou seja, uma porção de bois se “divertindo” correndo atrás de uma “pessoa humana”. Qual seria a reação deste perseguido? Como esta pessoa sentiria a dor da humilhação e, o pior, a dor física?
Pois é, estou fantasiando? Claro que não. Louis Camuti expressou muito bem que “jamais creia que os animais sofrem menos do que os humanos. A dor é a mesma para eles e para nós”. Talvez, completa Camuti, pior, pois eles não podem ajudar a si mesmos. Os humanos podem se ajudar, têm raciocínio e sobretudo têm sensibilidade como o boi, até porque os animais dividem conosco o privilégio de terem uma alma, já dizia Pitágoras.
Os animais irracionais estão sim incluídos numa mesma comunidade moral de que nós humanos fazemos parte, e por isto temos a obrigação de protegê-los da dor e da humilhação, o contrário é inconcebível, e quem não respeita este princípio tem que ser julgado e preso.
Segundo consta e provado, antes da farra desumana, o animal é confinado sem alimento por vários dias, com o objetivo de aumentar não só o sadismo dos humanos, mas o desespero do bicho. Água e comida são mantidos longe do animal, mas de modo que ele possa vê-los e não alcançá-los. Segundo a WSPA/Brasil, há casos em que os bois são banhados em gasolina e depois incendiados, e pimenta é jogada em seus olhos que, geralmente, são arrancados.
Quem quiser se revoltar e desmentir, desminta com provas e que Deus salve as exceções, porque aqui na terra ninguém resolveu ou fez justiça, pois até agora é só papo furado para valorizar e usar os holofotes e microfones. Ghandhi tinha razão, julga-se a grandeza de uma nação pelo modo como seus animais são tratados.

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