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20/02/2008

Em agosto do ano passado, Eloar Guazzelli desembarcou na Capital com a missão de elaborar um livro de ilustrações com as imagens que mais caracterizavam a Ilha de Santa Catarina.
Depois de identificar os símbolos ilhéus, Guazzelli começou a desenhá-los. O resultado do trabalho pode ser conferido hoje (20/02), às 19h, no lançamento do livro Florianópolis, no Palácio Cruz e Sousa, na Capital.
O sol começava a dar a cara naquela manhã de temperatura agradável quando Guazzelli acomodou-se num dos bancos que circundam a centenária Figueira, na Praça XV, no Centro. Usando a perna como apoio para as páginas do livro em branco, Guazzelli começou a dar a forma da árvore ao mesmo tempo em que relatava sua paixão pela Ilha de Santa Catarina.
Assim como os detalhes que dão mais vida ao seu trabalho, também o futuro de Florianópolis – com a ocupação desordenada, os desmatamentos e principalmente a falta de saneamento básico – estão na lista de preocupações do artista.
Depois da Figueira, Guazzelli foi buscar impressões do Mercado Público, outro importante cartão-postal da Capital. É ali que os políticos costumam pedir votos aos eleitores, ponto de encontro da turma que se reúne no final da tarde para degustar petiscos e várias tulipas de chope. Os textos curtos que acompanham as ilustrações, além de situar o leitor, são uma declaração de amor a Florianópolis.
A idéia de apresentar para o leitor um novo olhar sobre a cidade foi levada à risca. Tanto que o artista optou por trabalhar em agosto.
“Na verdade, foi um prazer fugir dos estereótipos da alta temporada. Muitas vezes desenhei paisagens magníficas mergulhadas na solidão, sentindo um vento frio no rosto e nas mãos”, diz o ilustrador.
O livro Florianópolis faz parte de uma coleção que apresenta as cidades-tema desenhadas e comentadas por consagrados artistas que não são naturais do lugar. O resultado é sempre uma descoberta de aspectos, de recantos e de situações que o transeunte comum geralmente não percebe, proporcionando, em conseqüência, uma obra com abordagens inéditas e atraentes.
Ao rechear o livro com belíssimas ilustrações que mostram a paisagem, mas principalmente a interferência na vida de seus moradores, e textos escritos com alma, Guazzelli faz uma declaração de amor à Ilha e à mulher Lucila, a quem dedica sua mais nova criação.
(Jacqueline Iensen, DC, 20/02/08)

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