da agência estado,
de Monte Carlo
Os biocombustíveis brasileiros, em especial o biodiesel, são exemplos de política ambiental com viabilidade econômica e impacto social positivo, na opinião de autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU). Ontem, no primeiro dia do Fórum de Ministros de Meio Ambiente, em Mônaco, por duas vezes, o Brasil foi alvo de elogios do subsecretário-geral do órgão internacional e diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep), Achim Steiner.
Segundo ele, o projeto é bem-sucedido por conciliar eficácia econômica com inclusão social, dois desafios que se somam ao impacto ambiental positivo na luta contra o aquecimento global.
Neste ano, a reunião promovida pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), com presença de ministros, cientistas, empresários e organizações não-governamentais, discute como financiar políticas que resultem em um novo modelo de desenvolvimento mundial – a chamada “economia verde”.
A primeira deferência de Steiner ao Brasil foi feita ainda na cerimônia de inauguração do Fórum. A segunda menção veio no início da tarde, em entrevista coletiva. Para ele, o enfrentamento das mudanças climáticas não deve ser visto como um inconveniente para os governos e empresários, mas uma oportunidade de negócios. Nesse sentido, Steiner disse ver o modelo de exploração econômica do biodiesel como exemplo de inclusão social.
“A estratégia brasileira vai muito além da questão climática”, ressaltou. “O custo de responder ao aquecimento global pode ser convertido em matrizes de investimento e desenvolvimento que geram emprego e renda.”
Reunião
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou ontem da abertura, no Itamaraty, do chamado Fórum de Legisladores do G8+5. A intenção do encontro é definir metas de redução da emissão de gases poluentes a serem atingidas a partir de 2012, quando expira o Protocolo de Kyoto.
No evento ontem, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que o Brasil e a América do Sul não são os vilões do aquecimento global, uma vez que a emissão de gases de carbono vem ocorrendo há mais de 100 anos, fruto do processo de industrialização dos chamados países do primeiro mundo.
“A responsabilidade das nações altamente industrializadas é muito grande, principalmente na busca das alternativas de soluções mais adequadas”, afirmou. Na visão do ministro, os países da Europa são mais sensíveis que EUA e China na discussão dos temas.
(Diário da Manhã, 21/02/08)
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