Jurerê Internacional
14/02/2008
Governador lidera comitiva na busca de recursos federais para cobrir prejuízos das chuvas
14/02/2008

Do artigo de Márcio Godoy – Diretor presidente do Instituto Movimento Pró-Projetos de Santa Catarina (Jornal Metropolitano, 14/02/08)
“A Lei Rouanet precisa ser melhorada”. Com esta frase o Ministro da Cultura, Gilberto Gil, reflete uma visão nacional, a de que apoiar projetos e eventos é uma vertente que está cada vez mais em evidência como um bom negócio, principalmente para a iniciativa privada.
Ao todo, mais de 800 fontes de recursos podem ser exploradas para apoiar eventos e projetos. No Brasil estes recursos não são bem aproveitados e, nos estados do Sul, a situação é ainda pior. Pesquisa recente do IBGE aponta que os estados do Sul do Brasil são os que menos investem nesta área. Somados os anos de 2003, 2004 e 2005, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina gastaram R$ 110 milhões, representando apenas 9,8% do bolo nacional investido em cultura, considerando Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet e Audiovisual).
Esta realidade se dá porque a busca por patrocínio pode se tornar uma expedição mal sucedida já no meio do caminho e muitos projetos não concorrerem até o final pelas verbas disponíveis. Entre os maiores entraves estão burocracia e a falta de informação. Além disso, o que também impera é o desconhecimento dos procedimentos destes processos que, na realidade, deveriam servir como um elo entre as instituições públicas, detentoras destas verbas, e as boas idéias em prol do bem comum.
O estado de Santa Catarina, por exemplo, já fez sua parte aprovando e regulamentando leis de incentivo à cultura, esporte, turismo, ciência e tecnologia, social, emprego e outros. O Governo Federal também vem tentando regulamentar e ajustar estes caminhos para facilitar o emprego destas verbas em eventos e projetos.
Em virtude desta crescente busca por apoio e profissionalização deste mercado de patrocínio está se formando um fenômeno chamado de “indústria do patrocínio”. Iniciativas sociais e culturais estão sendo vistas como bons negócios e têm combinado responsabilidade social com lucro. Dados do IBGE indicam que entre 2003 e 2005 o número de empresas relacionadas à cultura constituídas na formalidade teve um crescimento superior ao crescimento do número de todas as demais empresas no país.
Neste momento, então, registramos uma expectativa real de mudança nos processos e no andamento das etapas de captação de recursos para apoios e patrocínios. Assim como o terceiro setor se organizou nas últimas décadas e hoje forma uma força considerável na economia nacional, a indústria do patrocínio tende a ser um grande e respeitado mercado que vai pertencer aos emprendedores visionários num futuro breve.

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