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A Caixa Econômica Federal (CEF) encerrou 2007 com crescimento de 100,7% no volume de contratações de financiamento em habitação, saneamento e infra-estrutura, contabilizando R$ 37,2 bilhões no período. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo governo em janeiro de 2007, foi responsável por R$ 31,6 bilhões do resultado.
“O resultado é proveniente da melhoria da renda das famílias, além do próprio desenvolvimento do setor imobiliário no País. Passamos a ter uma oferta de imóveis compatível com as necessidades do mercado. O PAC também fomentou bastante o setor, sendo responsável por um volume expressivo dos negócios da Caixa”, explica a presidente da instituição, Maria Fernanda Coelho.
Do total contratado em 2007, R$ 21,5 bilhões foram destinados à habitação, dos quais R$ 21,5 bilhões representam financiamentos e R$ R$ 6,3 bilhões equivalem a repasses do governo. O segmento obteve expansão de 14,37% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Já os demais setores, saneamento e infra-estrutura, obtiveram recursos estimados em R$ 15,7 bilhões, dos quais R$ 4 bilhões referem-se a financiamentos, representando alta de 130% sobre 2006, e R$ 11,7 bilhões a repasses do governo, um acréscimo de 14% sobre o mesmo período do ano anterior.
Para 2008, o orçamento destinado aos setores de habitação, saneamento e infra-estrutura será de R$ 25,9 bilhões, sendo para habitação R$ 20,3 bilhões e os demais ramos R$ 5,6 bilhões. O volume é mais conservador em relação aos resultados obtidos em 2007, porém, deve ser ultrapassado até o final do ano.
“Essa é apenas uma estimativa divulgada com base nos negócios que já temos garantidos, o que significa que o ano deverá se encerrar com um volume maior do que estipulamos, a exemplo de 2007. Pelo menos R$ 4 bilhões acima do planejado”, afirma o vice-presidente Jorge Hereda.
Crédito imobiliário
Para fomentar o crescimento do segmento de habitação, a Caixa Econômica Federal anunciou ontem a redução da taxa de juro pós-fixada para financiamento de imóveis com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). A queda pode chegar a 1% ao ano (a.a.) de acordo com a modalidade contratada.
Para as operações fora do Sistema Brasileiro de Habitação (SFH), valor de avaliação do imóvel acima de R$ 350 mil, ou valor do financiamento que ultrapassa R$ 245 mil, haverá aumento do prazo máximo de pagamento, dos atuais 180 meses, para até 360 meses, além da redução da quota de financiamento de 70% para até 80%.
Já para os cotistas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a Caixa anunciou a redução de 0,5% a.a. da taxa de juro dos empréstimos. Outra medida tomada para atrair esse tipo de cliente foi a criação de uma linha específica de crédito habitacional, com um financiamento de até R$ 245 mil com taxas de 8,66% a.a. e prazo de amortização da dívida de até 30 anos. Não há limitação da renda familiar, podendo o cliente ultrapassar a renda mensal de R$ 4,9 mil, estipulada pelo programa CCFGTS.
O financiamento da Caixa oferecido com recursos do FGTS é o carro-chefe do produto do banco, movimentando R$ 8,1 bilhões em 2007, um crescimento de 6,9% na comparação com o ano anterior. Porém, os empréstimos com recursos do SBPE apresentaram a maior expansão do ano, atingindo R$ 5,9 bilhões, uma alta de 28% sobre 2006.
Atendimento
Com foco nas grandes e médias empresas, a Caixa lançou este ano um projeto piloto em sete regiões brasileiras (Brasília, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Florianópolis, Recife, Triângulo Mineiro e Rio de Janeiro) para ampliar o atendimento a esse público, o “Plataforma Comercial da Construção Civil”. Trata-se de um ambiente onde consultores do banco prestarão informações a clientes pessoa jurídica que possuem faturamento superior a R$ 15 milhões.
Para pessoa física, a financeira anunciou o lançamento das “Ilhas de Habitação”, uma rede de atendimento de 825 postos focada na venda de crédito imobiliário. “É cada vez mais difícil que um órgão público consiga bons resultados com a forte concorrência no mercado imobiliário, por isso a Caixa pretende ampliar sua rede de atendimento, tanto para pessoa física quanto jurídica. Atualmente, nossa capilaridade é de 25 mil postos de venda.
Para este ano, deveremos ampliar esse canal”, diz o também vice-presidente, Carlos Augusto Borges. “Tínhamos um histórico de burocracia muito ruim, mas com essas novas medidas anunciadas, pretendemos reduzir o tempo de contratação de um empréstimo imobiliário entre 20 e 30 dias”, complementa.
(Monitor Mercantil Digital, 12/02/08)

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