O Sindicato de Hotéis, Restaurantes Bares e Similares da Grande Florianópolis (Shrbs), que representa cerca de 3.750 estabelecimentos de nove municípios, acaba de divulgar o resultado da sua mais nova pesquisa, agora voltada à rede gastronômica de Capital.
Pela primeira vez, a entidade realizou pesquisa em 172 estabelecimentos, entre restaurantes, lanchonetes, bares e similares, para traçar uma radiografia do segmento durante a temporada em comparação ao período de março a dezembro de 2007 (baixa temporada), a exemplo do que já faz com o setor hoteleiro com as pesquisas de taxa de ocupação.
“O resultado comprova o que já se esperava. Os estabelecimentos das regiões das praias obviamente tiveram um aumento do movimento no mês de janeiro. Ainda assim, não chegou ao esperado. Já nas regiões do Centro e Continente de Florianópolis e em São José houve uma diminuição em comparação ao período de março a dezembro do ano passado”, diz o presidente do SHRBS, Tarcísio Schmitt.
De acordo com ele, o objetivo principal da pesquisa foi avaliar o impacto da temporada de verão em várias regiões e não apenas nas praias, que neste período têm um movimento maior por conta dos turistas. A pesquisa contemplou as seguintes regiões: Centro, Norte, Sul, Leste e Continente de Florianópolis, além do município de São José.
Segundo constatou o Departamento da entidade, as regiões afastadas das praias não contam durante a temporada com a influência do turista como consumidor e por isso o movimento tende a diminuir comparado ao decorrer do ano. “Nestas regiões, os turistas não constituem a base da clientela. Os clientes habituais, que freqüentam o estabelecimento durante o ano, são da comunidade local que no mês de janeiro procuram outras regiões, como as praias, para o seu lazer, consumindo assim em outros destinos”, explica o presidente do Sindicato.
Para muitos estabelecimentos, temporada não é sinônimo de movimento
Por meio de um questionário objetivo, com cinco perguntas, o Departamento de Pesquisa do Sindicato de Hotéis e Restaurantes de Florianópolis apurou de 25 a 30/01 as informações necessárias para traçar um panorama do setor gastronômico.
Na região do Centro da Capital, por exemplo, ao contrário do que se vem divulgando, o movimento em janeiro comparado ao período de março a dezembro de 2007 diminuiu, como já costuma ocorrer, segundo os proprietários. Para 70,5%, o movimento em janeiro foi inferior ou permaneceu inalterado. No continente, o baixo movimento nesta época do ano também foi constatado. Entre os entrevistados, 86,7% consideraram que o fluxo de clientes diminuiu ou permaneceu inalterado. “Os clientes desses locais são essencialmente famílias e profissionais, ou seja, os turistas não são sua clientela base”, explica Schmitt.
Em São José, o resultado também não foi diferente. O movimento aumentou para apenas 18,2% dos entrevistados. Para 72,7% houve diminuição e para 9,1% o movimento permaneceu inalterado. Já nas regiões das praias o movimento se apresentou melhor em comparação ao período de março a dezembro do ano passado. “Isso porque nestas regiões o turismo constitui-se como carro-chefe. Apesar desse aumento, esperava-se uma movimentação superior à registrada”, completa o presidente do SHRBS.
Na região Norte, o movimento dos estabelecimentos pesquisados aumentou em 41,7% deles. No Sul da Ilha, houve aumento para 66,7% dos entrevistados. “Nesta região, 89% da clientela é composta por turistas o que mostra a importância da temporada para a região”, diz Schmitt.
O movimento em janeiro deste ano também foi positivo para os restaurantes, bares e similares do Leste de Florianópolis. Para 57% deles, o movimento aumentou. Nesta região, 42,8% dos clientes são turistas. O restante da clientela (57,2%) refletem o público fiel que freqüenta a Lagoa durante o ano todo. “Os números revelaram o contrário do que muitas vezes se divulga.
A temporada não é positiva para muitos dos estabelecimentos. Nas praias, região mais procurada pelos turistas, há um aumento natural na alta temporada. No entanto, este aumento muitas vezes não ocorre em regiões mais afastadas, como no Continente, por exemplo. Nestas regiões, a baixa temporada acaba sendo mais importante”, conclui o presidente do Sindicato, Tarcísio Schmitt.
Projeto praias da Grande Florianópolis – A partir desta quarta-feira (06/02), em cada matéria da editoria de turismo ilustraremos com a foto de uma praia da região.
(Jornal Metropolitano, 06/02/08)