Visor: “Dilúvio”
01/02/2008
Carros demais nas ruas
01/02/2008

Do Blog de César Valente (De Olho na Capital, 01/02/08)
Com uma chuvarada dessas, não tem muito o que fazer. É arregaçar as mangas, as calças e fazer o que for possível e necessário. Por si e pelos outros. Não é hora de ficar reclamando da vida, muito menos de prefeito e governador.
Mas a chuva há de parar, se Deus quiser ainda hoje, e mais cedo do que as previsões agouram. E aí, enquanto a gente esfrega o chão, tira a lama, calcula os prejuízos, já dá pra começar a tentar entender o que aconteceu.
Nestes eventos naturais tem uma parcela que fica por conta do desastre mesmo, da fatalidade. Uma quantidade absurda de água caindo ao mesmo tempo, numa velocidade e ritmo que raramente ocorre, é claro que vai causar problemas. Não tem cano que agüente.
Mas tem outra parcela que é, sim, responsabilidade de alguém que, com o sol forte, deixou para outro dia o que precisava ser feito. A televisão mostrou uma ponte, velha e mal construída, em Campinas, que funcionou como uma represa de um rio. A água, represada, transbordou e inundou revendas de automóveis, casas, ruas, fez um estrago danado.
Alguém, algum dia, deve ter levado a alguma autoridade do município, um papelzinho onde dizia, naquela linguagem empolada dos ofícios, que é preciso refazer a ponte, porque o rio foi alargado e é um ponto de estrangulamento, tanto na largura, quanto na profundidade.
E algum secretário ou mesmo algum prefeito, ou os dois, empurrou com a barriga, deixou de lado, achou que outras coisas eram mais importantes. Essas pessoas deveriam ser localizadas para ir, hoje ou amanhã, explicar pessoalmente para aqueles que ficaram com o carro submerso na água (vários tiveram que abandonar o carro no meio da rua e correr pra se salvar), o que de tão importante os impediu de eliminar uma causa óbvia de problemas. Por acaso acharam que nunca mais choveria forte em São José?
Em Florianópolis aconteceu coisa parecida: como tem uma ordem judicial para não mexer na região do Itacorubi sem ordem do juiz, a prefeitura, de birra, não limpou os córregos e outros escoadouros de águas das chuvas. E agora o prefeito tem a desfaçatez de citar o fato, como que querendo jogar a culpa na decisão judicial, que foi tomada porque a prefeitura era incapaz de manter o controle sobre a região.

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