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Numa Ilha cada dia mais abarrotada, fica difícil ser um turista muito ativo. Curtir o sol em mais de uma praia, arriscar-se em dois passeios ou associar mar com esporte e aventura, tudo em apenas um dia? Tais tolo?!, diria um manezinho. A não ser, é claro, que se faça um planejamento preciso como um GPS. Para quem não quer ou não consegue, a solução é trocar o asfalto pelo mar.
Os passeios de escuna tomam um dia inteiro, mas têm uma vocação de combo quatro em um, combinando numa só saída sacolejo de barco, banho de mar, mergulho e visita a uma fortaleza. Tudo isso e nem precisa madrugar ou gastar muito tempo fazendo a programação. Basta pagar e embarcar por volta das 10h em um dos barcos que zarpam de Canasvieiras e do Centro.
Partindo em direção ao Norte, o passeio ruma à Ilha do Arvoredo. Até lá, durante uma hora os passageiros se acomodam na sombra, sob o toldo, ou se bronzeam esparramados sobre a proa. Dá para se sentir em outro país, mais especificamente na Argentina. Entre as cerca de 50 pessoas, não mais que dois ou três grupos serão de brasileiros.
A medida que o barco avança pelo oceano, vê-se crescer no horizonte a Ilha do Arvoredo, circundada de rochas e coberta por vegetação nativa. O lugar, com as Ilhas Deserta e Galé e com o Calhau de São Pedro, forma a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo. Na aproximação, os golfinhos dão o ar da graça. Exibindo e escondendo as nadadeiras dorsais na superfície da água, dão shows de solo, duplas, trios, quartetos e grupos para se perder a conta.
A escuna pára na Ilha do Arvoredo, mas não é permitido pisar na ilha. Só se pode ancorar em uma área delimitada, liberada para atividades de educação ambiental e de turismo, com acompanhamento de profissionais. Antes de parar para o banho de mar e mergulho, algumas explicações e um dica sobre preservação:
A reserva deve servir como exemplo, e é importante repetir essa atitude de conservação nas praias que freqüentamos explica o capitão, José Luiz Lima.
Num bom portunhol, ele passa as orientações de como se comportar na água:
“Não tocar em nada, no sacar nada de lo fundo, no subir a las piedras”…
O preço do passeio inclui o empréstimo da máscara de snorkel para o mergulho de superfície. Não dá para perder. Com a cabeça debaixo da água, a sensação é de flutuar, usando os braços como asas e vendo o fundo rochoso todo azul lá embaixo.
Tem peixinho colorido, prateado, com pintinha, listrado. E quando se acostuma com o ambiente, um susto. Um monstro com pernas, braços e uma carapaça dura a menos de dois metros. Calma, é só um tartaruga que, com certeza, o mergulhador perseguirá até cansar. Ricardo Zabaleta, de Buenos Aires, já mergulhou no Caribe e, apesar da exuberância das águas, não deixa de se surpreender com o Arvoredo:
Me pareció lindo disse, ao voltar a bordo.
(João Werner Grando, DC, 25/01/08)

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