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Do Blog de César Valente (De Olho na Capital, 11/01/08)
A capital catarinense está num momento, da sua vida de cidade, em que tem que resolver se casa ou compra uma bicicleta. Se continuar do jeito que está, em pouco tempo a qualidade de vida terá caído tanto que deixará de ser um destino turístico cobiçado e passará a ser mais uma daquelas cidades que perderam o bonde da história.
Por isso, em vários níveis e de várias formas, tem muita gente se organizando para tentar, de alguma forma, fazer com que a capital tome jeito. E o problema aí passa a ser que jeito. Qual a cara que Florianópolis poderá ter, que agrade seus moradores mais antigos, que não exclua os pobres, que gere riqueza, que não destrua o que ainda temos de bom? Esta é a questão do momento.
O Aterro
No meu tempo, o mar vinha até aqui. E ali pra cima era tudo mato. A cidade era outra. Depois que aterraram pra fazer a avenida, construíram um paredão de prédios e pelaram os morros, começou a vir gente de fora. Hoje a gente sai na rua e não encontra ninguém. Os sobrenomes são esquisitos. Mesmo quando se parecem, não têm nada a ver com os dos velhos conhecidos.
Os amigos só se encontram nos velórios, ainda assim quando alguém lembra de avisar. E ninguém mais passa a noite, ninguém traz lanche ou café, ninguém sabe contar piada, ninguém mais vela seus mortos direito. Os filhos e netos namoram e casam com gente que é filho e neto de desconhecidos. E ficam chateados quando alguém pergunta quem é teu pai, quem é tua mãe. Nasceram das ervas, por acaso? E quando dizem, nem adianta: ninguém conhece. Acho que quando aterraram o mar acabaram enterrando no lodo, no fundo do aterro, a alma da cidade.

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1 Comentário

  1. Fernando |A. B. Rosa disse:

    Algumas coisas acontecem na vida e são irrevecíveis. De nada adianta ficar sonhando com o passado, nem tão distante mas irrecuperável. Resta a esperança de que este passado sirva de exemplo e não mais se repita. Floripa é uma cidade de sonho para muitos e certamente será destino de quem deseja uma vida melhor, mais humana, mais amena. Ninguém quer transformar Floripa numa cidade caótica, sem alma. para isto podemos continuar vivendo em nossas cidades, amontoados humanos desumanos. Porém, enquanto Floripa estiver entregue aos políticos interesseiros, aos ” vendilhões do templo ” dos negócios imobiliários ( construindo onde não há água suficiente como na região de João Paulo), dos invasores dos morros e margens dos rios e riachos – que entopem seus cursos com lixo e reclamam quando as águas pedem seu espaço – sòmente uma ação direta e heróica para salvar este diamante único e impedir que se transforme num simples pedaço de carvão.

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