A Escola Básica Municipal Vítor Miguel de Souza, localizada no bairro Itacorubi, será a primeira da Capital a integrar Projeto Um Computador por Aluno (UCA), do governo federal. Desta forma, a partir do próximo ano, cada estudante da unidade terá direito a um computador portátil, que poderá ser utilizado em todas as disciplinas e em casa.
O projeto, que vem sendo desenvolvido em unidades-pilotos em seis municípios brasileiros, em 2008 será ampliado para 300 escolas como forma de promover a inclusão digital na rede pública.
Segundo a coordenadora do Núcleo de Tecnologia Educacional da Secretaria Municipal de Educação, Luciana Bitencourt, quando o governo Federal iniciou o projeto, o Município se inscreveu no Ministério da Educação e indicou a escola Vítor Miguel de Souza.
A Capital acabou ficando de fora da primeira fase de testes do UCA, sendo chamada agora na segunda etapa. Luciana explica que a Secretaria indicou novamente a unidade do Itacorubi por uma série de fatores, entre eles o número de alunos. Para integrar o UCA, a escola deve ter, no máximo, 500 alunos, já que este será o número de computadores fornecidos nesta fase.
A escola Vítor Miguel de Souza possui 355 estudantes da primeira à oitava série. Para 2008, a projeção é que o estabelecimento tenha em torno de 390 crianças e adolescentes. Além os estudantes, os 45 educadores da unidade também terão direito a um computador. Outro fator que pesou na decisão é a localização do colégio e a estrutura da rede de informática. A escola fica próxima ao campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), de onde parte a rede de fibra ótica que alimentará os computa-dores do projeto.
Os computadores serão oriundos de um lote de 150 mil laptops de baixo custo, adquiridos pelo governo federal. Três protótipos foram avaliados em escolas espalhadas pelo Brasil. São o XO, da organização Um Laptop por Criança; Classmate PC, da Intel; e Mobilis, da Encore. O preço dos equipamentos varia entre U$ 150 e U$ 300.
O diretor da Vítor Miguel de Souza, Ricardo Paz, acredita que a experiência com o UCA será muito gratificante. Ele aposta que os alunos terão mais concentração nos trabalhos que serão desenvolvidos com o auxilio do computador, o que também deve reduzir o número de faltas.
Segundo Paz, o projeto fará com que a escola tenha uma proposta curricular diferenciada, que vai estimular a produção de pesquisa e a troca de informações entre os estudantes. “O projeto traz um novo modelo de escola e um novo modelo de currículo. É uma grande mudança em termos estruturais e também de aprendizagem, que exigirá um acompanhamento e um novo planejamento”, completa Luciana Bitencourt.
Modelo acelera aprendizagem e funciona como inclusão digital
O Projeto UCA baseia-se em três pilares, sendo um deles a revolução educacional, por meio de uma mudança no processo de ensino-aprendizagem utilizando a computação. O outro foco é a inclusão digital, já que o equipamento também poderá ser usado em casa pelos pais dos alunos.
Já o terceiro apoio diz respeito à conglomeração da cadeia produtiva do País, uma vez que a indústria brasileira também terá espaço no projeto, tanto nas áreas de fabricação, distribuição, manutenção e suporte, como no desenvolvimento de software e conteúdos pa-ra a plataforma.
Na primeira fase de implementação, os computadores portáteis foram testados em unidades pilotos nas cidades de Brasília (DF), Palmas (TO), Piraí (RJ), Porto Alegre (RS), São Paulo (SP) e Tiradentes (MG). Ao mesmo tempo, pesquisadores da Fundação Certi – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras da UFSC, da Universidade de São Paulo (USP) e do Centro de Pesquisas Renato Archer (CenPRA) trabalharam em parceria com o governo federal, na avaliação de soluções para o projeto e dos três modelos de lap top utilizados nas unidades piloto.
O objetivo era identificar o modelo que melhor se adapta às necessidades brasileiras, além dos tipos de programas aos quais os estudantes terão acesso.
A inclusão digital de crianças, jovens e adultos foi iniciada no ensino municipal em 1997. Desde então, a Capital atingiu a meta de conectar à internet todas as 25 escolas básicas e as 12 escolas desdobradas, que ao todo possuem 15.800 alunos. Em cada estabelecimento há uma sala informatizada com 15 a 20 computadores.
(Natália Viana, AN Capital, 13/12/2007)
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