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Ruas lotadas, retornos, gasto inútil de combustível e “flanelinhas”. Estacionar no Centro de Florianópolis é uma verdadeira dor de cabeça para os motoristas, quando não se transforma em briga pelos poucos espaços restantes. Nas vias atendidas pela Zona Azul, são 4.800 vagas, segundo o Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf). Mas a frota de veículos no Município cresce bem acima do número de habitantes, também de acordo com o órgão da Prefeitura: são 8% a mais de automóveis nas ruas todos os anos, contra um crescimento populacional de 3,5%. Hoje, a Capital tem cerca de 200 mil veículos para aproximadamente 400 mil moradores.

Nos estacionamentos privados, a diária chega a custar R$ 20, 00. O gerente do estacionamento Estoril, Mário César Teixeira, diz que 150 pessoas procuram o local diariamente, e que a maioria reclama da falta de vagas no Centro. “Os motoristas rodam, rodam e não encontram lugar. Cobramos R$ 4,00 a hora e estamos sempre lotados”, afirma.

O diretor-presidente do Ipuf, Ildo Rosa, admite que a dificuldade para estacionar na área é crescente e que o fluxo tende a aumentar, com exceção da temporada de verão, quando o movimento naturalmente se concentra nas praias. “As pessoas utilizam o carro cada vez mais, esse é um problema enfrentado pela maioria das capitais, hoje, a ponto de algumas adotarem o sistema de rodízio. No nosso caso, encontramos obstáculos devido ao tombamento do centro histórico, que impede a ampliação dos espaços”, diz.

A Prefeitura estuda propostas voltadas a solucionar o problema e aprimorar o transporte coletivo na cidade, aponta Rosa. Entre os projetos, estão a construção de estacionamentos verticais, o transporte sobre trilhos e o metrô de superfície, que ligaria a Ilha ao Continente, passando pela Via Expressa Sul, ponte Hercílio Luz e avenida Beira-mar Norte.

O Ipuf pretende, ainda, retirar os ônibus que permanecem estacionados durante o dia no Centro. Rosa lembra que, quando foi implantado o sistema de integração no transporte coletivo, uma das intenções era promover a rotatividade dos veículos. “Isso não está acontecendo, os ônibus ficam parados, ocupando um espaço que poderia ser destinado aos automóveis e veículos individuais. Devemos nos reunir com as empresas para discutir esse assunto”, afirma.

(AN Capital, 14/12/2007)

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