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29/11/2007
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29/11/2007

Crime Ambiental

Da coluna de Cesar Valente (De Olho na Capital, 29/11/2007).

Como diziam os meus antepassados manezinhos, na época em que os escravos ainda levavam tinas e barris com a merda senhorial pela rua, pra ir jogar mar, “ô morro e não vejo tudo!”

O presidente da Casan está indignado com o que acontece na empresa que dirige. Confessa, cândidamente, que não pode acreditar “no que a Casan possa me dizer sobre o fato”.

Aí estamos todos ferrados: o presidente da Casan diz, publicamente, que ele não acredita no que a empresa (que ele dirige há quatro anos!) diz sobre um problema sério como o despejo de merda no mar florianopolitano.

E pediu que a polícia ambiental investigue o que ele já identificou como “crime ambiental” cometido por funcionários ou prestadores de serviços da Casan. Ele diz que a empresa tem ali bolsões corporativistas que, ao que tudo indica, protegem sabotadores, bandidos e desonestos de todo tipo. Porque só um facíonora, ou um terrorista, pensaria em deliberadamente poluir ainda mais as baías que já não são muito cheirosas e estão cada vez mais aterradas.

Se o presidente de Luca estiver certo, estamos diante de uma merdança bem maior do que aquela que foi vista flutuando no mar azul. Imagina só, ter no controle da água que é servida a grande parte da população catarinense, gente desse tipo, capaz de qualquer merda? E gente que não é controlada pela diretoria da estatal!

Ao mesmo tempo em que chama a polícia e dá a entender que a coisa fugiu do controle, de Luca diz que a diretoria da Casan vai se reunir hoje, para “afastar os envolvidos”. Ué? Então ele sabe o que aconteceu e quem fez o quê? Ou só acha que sabe?

É bom acompanhar os próximos capítulos desta história porque, se o presidente de Luca estiver errado e não for bem assim, a merdança não será menor. É inaceitável que o presidente de uma estatal faça afirmações como as que ele fez, jogando merda no ventilador e sujando genericamente o nome dos funcionários da Casan, levianamente.

Bom, pra gente, que aprendeu a nadar ali nas praias do Estreito, ou em Itaguaçu, ver alguns “marinheiros” boiando não é nada extraordinário. Mas imagina o susto que não vai levar o turista, ao perceber que, na (argh!) Floripa da propaganda oficial e informal (o grande destino turístico nacional), a merda abunda e a água (limpa) falta?

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