Plano Diretor Participativo discute o direito à moradia na cidade de Florianópolis
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Criar condições para que toda a cidade possa usufruir a região central de Florianópolis de uma maneira mais saudável. Esta foi uma das conclusões do segundo módulo da Oficina de Desenho Urbano, que pretende propor intervenções em toda a orla central da Capital. No final de semana, cerca de 60 arquitetos e estudantes de arquitetura se reuniram na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para desenvolver propostas para a área costeira, que foi dividida em oito segmentos. As diversas idéias estão sendo agora compiladas por um grupo técnico e devem ser expostas para a comunidade.

Após participar de palestras técnicas e uma visita in loco para identificar os principais empecilhos para o acesso ao mar, os arquitetos se reuniram em ateliê para o desenvolvimento das propostas. Segundo a presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/SC), Cristina Piazza, a experiência foi bastante positiva e resultou em diversas propostas interessantes. Dentre os oito segmentos, a situação mais adiantada é no trecho de Coqueiros (7º segmento), onde o trabalho já estava sendo desenvolvido há algum tempo e, por isso, haveria melhores condições para intervenções.

Nos demais trechos, existem diversos níveis de complexidade. Cristina explica que na Via Expressa Sul (1º segmento) a preocupação é que a demora em se definir como será seu uso, pode levar a ocupações irregulares. Outro ponto considerado crítico é o conjunto formado pelas cabeceiras das pontes (4º segmento), que concentra grande confluência de veículos e encontra-se saturado.

“Nossa avaliação é que todas as demais questões estão amarradas às cabeceiras, pois tudo parte deste trecho. O problema é que o centro está delimitado nesta ponta e todo mundo acha que precisa fazer tudo nesta região, sem pensar na Ilha como um todo. Não se pode implantar um equipamento na Via Expressa Sul pensando apenas na população do entorno, mas criar condições para que toda a cidade tenha condições de usufruir”, destaca Cristina Piazza.


Saiba mais

Os oito segmentos

Trecho Insular

• 1º Segmento Via Expressa Sul;
• 2º Segmento José Mendes;
• 3º Segmento Aterro da Baía Sul;
• 4º Segmento Cabeceiras das Pontes (continental e insular)
• 5º Segmento Beira Mar Norte(Forte São José até Ponta do Coral);
• 6º Segmento Ponta do Coral até Trevo do Córrego Grande;

Trecho Continental

• 7º Segmento Saco da Lama até o limite com o município
• 8º Segmento Cabeceiras das Pontes até a Ponta do Leal

Problemas urbanos terão amplo debate

Agora, o grupo técnico, composto por representantes do IAB/SC, do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf), Unisul e UFSC, tem até o próximo dia 25 para organizar toda a produção. A idéia, que ainda vai ser definida em conjunto com a ONG Floripamanhã, que patrocina a Oficina, é montar painéis para expor as propostas para a sociedade.

Durante os trabalhos, os participantes sentiram a necessidade de aprofundar as discussões de alguns temas, como identidade urbana, sistema viário e transporte, mobilidade e habitação. “A gente sentiu que precisa ir mais a fundo nestas questões”, diz Cristina. Neste sentido, uma proposta é criar comissões setoriais para conduzir este debate. “Desta forma, podemos trabalhar estes temas dentro dos núcleos distritais e conseguir um trabalho mais efetivo dentro do Plano Diretor Participativo”, completa Cristina Piazza, presidente do IAB/SC.

(Natália Viana, A Notícia, 11/10/2007)

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