Criado em maio passado, o Parque Estadual do Rio Vermelho ganha corpo a partir deste mês. No dia 30, a Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) dá posse aos 36 membros do conselho consultivo, um órgão formado por entidades governamentais e da sociedade civil que vai auxiliar na gestão da mais nova unidade de conservação (UC) de Florianópolis. O conselho vai discutir junto com a Fatma o plano de manejo do parque, que define regras de uso e gestão da área.
O conselho do Parque do Rio Vermelho terá 36 representantes. Metade deles são da sociedade civil, como integrantes de ONGs ambientalistas e de associações de moradores e surfistas. Os outros 18 são do governo do Estado.
A nomeação do conselho consultivo ocorre três meses após a criação do Parque Estadual do Rio Vermelho. Em 24 de maio, o governador em exercício na época, Leonel Pavan, assinou o decreto que enquadra a área nos sistemas estadual e nacional de unidades de conservação (Seuc e Snuc, respectivamente) e transfere a gestão da Cidasc para a Fatma. Até então, o local era um parque florestal, que não está incluído como UC na lei federal.
Com o estabelecimento do parque estadual, as regras de uso devem se tornar mais rígidas. Por outro lado, acredita o presidente da Associação de Moradores do Rio Vermelho (Amorv), Halem Guerra Nery, mais projetos de educação ambiental devem ser estabelecidos. “Ainda há pouco conhecimento sobre o parque. E há aquele velho chavão: ‘ninguém preserva o que não conhece’. Vamos trabalhar bastante a educação ambiental”, afirma.
A Amorv também terá representante no conselho consultivo e foi uma das entidades que reivindicou a criação do parque estadual.
Mudança tem sido complicada, afirma bióloga da Fatma
A origem do parque estadual é 1962, quando foi criada a Estação Florestal do Rio Vermelho, destinada a experimentos com espécies de pínus. Em 1974, a área foi declarada parque florestal. Em ambos os casos, a gestão do local era de feita pela Secretaria de Agricultura do Estado, mais recentemente com a Cidasc, vinculada à pasta.
A chefe do parque estadual, a bióloga Ana Cimardi, da Fatma, reconhece que a etapa de mudança de órgão gestor tem sido complicada. “Foi uma mudança recente e ainda vai levar um tempo para que todos os ajustes sejam feitos. Essa fase de transição é complexa”, diz. Ela acredita que a partir da criação do conselho consultivo, a atuação vai ser mais eficaz.
Ana diz que a fiscalização da área é feita pela Polícia Ambiental. Mesmo assim, em alguns locais há acúmulo de lixo, como no Camping Rio Vermelho, onde garrafas de vidro de bebidas como vinho, vodka e cerveja, pedaços de madeira e sacolas plásticas estavam espalhados pelo chão ontem pela manhã.
A chefe do parque, que estava em viagem ontem, diz que não havia sido informada sobre a sujeira. Ela diz que os usuários do camping assinam um termo de compromisso para deixar a área em bom estado quando saírem e há um funcionário cedido pela Cidasc para cuidar do local.
O capitão Antônio de Mello Júnior, da Polícia Ambiental, afirma que a corporação só atua em caso de flagrante, mas disse que mandaria uma equipe para o camping e acionaria a Companhia Melhoramentos da Capital (Comcap) para fazer a limpeza.
Polícia Ambiental faz rondas diárias e atende denúncia
A fiscalização do Parque Estadual do Rio Vermelho fica a cargo da Polícia Ambiental, braço da Polícia Militar voltado à preservação ambiental. O trabalho, segundo explica o capitão Antônio de Mello Júnior, consiste em rondas diárias e atendimento a denúncias. Os principais tipos de ocorrência não se limitam a crimes ambientais, poluição, queimadas e abandono de animais domésticos. Furtos, acidentes de trânsito e estacionamento em local proibido também são comuns, principalmente no verão. “Temos que atender a esse tipo de ocorrência também, afinal, somos militares. Já fizemos até apreensão de drogas”, diz Mello.
Mello conta que a situação já foi pior. “Houve um tempo em que o parque servia para ‘desova’ de cadáveres”, lembra. Hoje, há problemas de furto principalmente na praia do Moçambique.
A rodovia que corta o parque estadual, a João Gualberto Soares (SC-406), tem um asfalto em bom estado e um percurso que alterna longas retas com curvas fechadas. Com isso, acidentes por causa do excesso de velocidade são comuns, como mostram cercas e árvores quebrados, cacos de vidro e cruzes com flores espalhados pelo acostamento da via.
Segundo a Polícia Rodoviária Estadual, de janeiro a agosto deste ano foram 94 acidentes na rodovia que corta o parque, 40% a mais do que o registrado no mesmo período de 2006. Duas pessoas morreram e 60 ficaram feridas nas ocorrências.
Bolsistas da UFSC já começaram diagnóstico da região
Há um mês, um grupo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) começou um diagnóstico sócio-ambiental do Parque do Rio Vermelho e da região do entorno, desde os Ingleses até a Barra da Lagoa. A pesquisa faz parte de um projeto patrocinado pelo Ministério do Meio Ambiente e é desenvolvida pelo Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Ecologia e Desenho Urbano (Gipedu) da UFSC.
Segundo o coordenador do Gipedu, Francisco Ferreira, a intenção é que o trabalho sirva de instrumento para a Fatma na elaboração do plano de manejo.
O grupo da UFSC é composto por bolsistas de áreas como biologia, arquitetura e urbanismo e engenharia sanitária e ambiental. Nos oitos meses de trabalho, eles vão analisar o quadro de desenvolvimento das regiões no entorno, sugerir uma espécie de zoneamento interno e das áreas de amortecimento e identificar atividades econômicas sustentáveis que podem ser promovidas no local.
Essas informações podem ser usadas na elaboração do plano de manejo, um documento técnico estabelecido pela lei federal 9985/2000 que estabelece o zoneamento e as normas de uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive com a implantação das estruturas físicas necessárias.
A partir da criação do plano de manejo também deve ser definida a questão do corte de pínus, uma espécie exótica, existentes no parque e sua substituição por plantas nativas. O presidente da Amorv, Halem Guerra Nery, considera que, para isso, é importante a continuidade do trabalho do viveiro de mudas da Cidasc, instalado no parque.
(Felipe Silva, A Notícia, 21/08/2007)
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 meses | Este cookie é definido pelo plugin GDPR Cookie Consent. O cookie é usado para armazenar o consentimento do usuário para os cookies na categoria "Analíticos". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 meses | Este cookie é definido pelo plugin GDPR Cookie Consent. Os cookies são usados para armazenar o consentimento do usuário para os cookies na categoria "Necessários". |
viewed_cookie_policy | 11 meses | O cookie é definido pelo plugin GDPR Cookie Consent e é usado para armazenar se o usuário consentiu ou não com o uso de cookies. Ele não armazena nenhum dado pessoal. |
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
collect | sessão | Usado para enviar dados ao Google Analytics sobre o dispositivo e o comportamento do visitante. Rastreia o visitante através de dispositivos e canais de marketing. |
CONSENT | 2 anos | O YouTube define este cookie através dos vídeos incorporados do YouTube e regista dados estatísticos anônimos. |
iutk | 5 meses 27 dias | Este cookie é utilizado pelo sistema analítico Issuu. Os cookies são utilizados para recolher informações relativas à atividade dos visitantes sobre os produtos Issuuu. |
_ga | 2 anos | Este cookie do Google Analytics registra uma identificação única que é usada para gerar dados estatísticos sobre como o visitante usa o site. |
_gat | 1 dia | Usado pelo Google Analytics para limitar a taxa de solicitação. |
_gid | 1 dia | Usado pelo Google Analytics para distinguir usuários e gerar dados estatísticos sobre como o visitante usa o site. |
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
IDE | 1 ano 24 dias | Os cookies IDE Google DoubleClick são usados para armazenar informações sobre como o usuário utiliza o site para apresentá-los com anúncios relevantes e de acordo com o perfil do usuário. |
mc .quantserve.com | 1 ano 1 mês | Quantserve define o cookie mc para rastrear anonimamente o comportamento do usuário no site. |
test_cookie | 15 minutos | O test_cookie é definido pelo doubleclick.net e é usado para determinar se o navegador do usuário suporta cookies. |
VISITOR_INFO1_LIVE | 5 meses 27 dias | Um cookie colocado pelo YouTube para medir a largura de banda que determina se o usuário obtém a nova ou a antiga interface do player. |
YSC | sessão | O cookie YSC é colocado pelo Youtube e é utilizado para acompanhar as visualizações dos vídeos incorporados nas páginas do Youtube. |
yt-remote-connected-devices | permanente | O YouTube define este cookie para armazenar as preferências de vídeo do usuário usando o vídeo do YouTube incorporado. |
yt-remote-device-id | permanente | O YouTube define este cookie para armazenar as preferências de vídeo do usuário usando o vídeo do YouTube incorporado. |
yt.innertube::nextId | permanente | Este cookie, definido pelo YouTube, registra uma identificação única para armazenar dados sobre os vídeos do YouTube que o usuário viu. |
yt.innertube::requests | permanente | Este cookie, definido pelo YouTube, registra uma identificação única para armazenar dados sobre os vídeos do YouTube que o usuário viu. |
4 Comentários
quisiera saber si el campingo del rio vermehlo seguira funcionando para los acampantes durante el verano 2008
Muchas gracias
Laura Grecco
Acho ótima atitude de envolvimento das comunidades que envolve o parque junto com o governo, mas acho muito preocupante a quantidade de ONGS, muita gente as vezes atrapalha e cada um busca interesse pra sua comunidade e nao pra região. Já fui presidente do Conselho da Barra da Lagoa por 4 anos, e sei muito bem como funciona tudo isso, ja defendi a comunidade em diversos projeto de lixo ambiental, incluse na policia ambiental, tenho trabalhos defendidos junto a primeira conferencia feita em Sta Catarina que foi em florianópolis editada em livro e outros trabalhos.
Tenho um terreno atraz da pousado dos Pinhais que faz confrontações com o parque florestal, que conservo sempre limpo, mas a cerca feita pelo parque ha mas de 10 anos esta totalmente comprometida, com morôes caido tela podre, dando margens a passagens de pessoas estranhas, colocarem animais e luxos no parque, alem do pinus que ficam junto da cerda estarem todos com galhos caindos para dentro do terreno, me trazendo serios problemas com sugeira das sementes e galhos caidos, gostaria que fossem feitas em primeiro lugar a retidas destes pinus que atrapalha e ponhe em risco em dias de ventos fortes.
Acho muito demorado a retida dos pinus nestas areas, alias ja deveriam ter tirados todos os pinus, pois estudos ja comprovaram diversos problemas na bacia da Lagoa.
Gostaria de falar com alguem sobre estas situações, pra juntos achar uma solução para o problema citado. deixo-me a disposicão para qualquer esclarecimento. Ademir
Com a proximidade do vedrão 2008/2009 gostaria de saber se o Camping Rio Vermelho abrirá nesta temporada.
Atenciosamente,
Hamilton Ilkiu
Prezados Laura Grecco e Hamilton Ilkiu,
Informações sobre o Camping Rio Vermelho podem ser adquiridas com a Fatma – Fundação do Meio Ambiente, pelo site http://www.fatma.sc.gov.br/fale_conosco/fale.htm ou no endereço – Felipe Schmidt, 485, Centro, Florianópolis/SC, CEP: 88010-001 – Fone: (48) 3216-1700 – Fax: (48) 3216-1797.
Obrigado pela sua participação!