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No dia 31 de janeiro, três meses e três dias antes da deflagração da Operação Moeda Verde pela Polícia Federal (PF), que investiga um suposto esquema de compra e venda de licenças ambientais na Capital, uma comitiva formada pelo prefeito Dário Berger (PSDB), pelo procurador-chefe da República no Estado, Walmor Alves Moreira, e pelo empresário e cônsul da Colômbia em SC, Carlos Amastha, tomou um avião e foi até o escritório do arquiteto Oscar Niemeyer, no Rio de Janeiro.

Oobjetivo da visita foi discutir, com o profissional, a elaboração do projeto arquitetônico para revitalizar o centro histórico da cidade e construir um “centro cívico” no aterro da Baía Sul (região entre o Terminal Rodoviário Rita Maria e a entrada do túnel Maria Antonieta de Barros, região central da Capital), que abrigaria, além de pontos comerciais e de lazer, as sedes do Ministério Público Federal (MPF) e da prefeitura.

As informações acima constam do depoimento prestado pelo prefeito Dário Berger à PF na manhã de segunda-feira última. Responsável pelo inquérito policial, a delegada Julia Vergara da Silva questionou o prefeito sobre o motivo da presença do empresário na viagem.

Em resposta, segundo consta do depoimento, Berger disse que “não entendeu bem” porque Amastha havia ido junto com ele e o procurador da República à capital carioca.

O chefe do Executivo municipal também informou à delegada que, no mesmo dia, retornou para Florianópolis, sozinho. Berger, no entanto, disse que não poderia confirmar se Amastha e Moreira permaneceram na capital carioca naquele dia.

‘Viagem ao TRF-4 não foi para defender empresário’

Falando na condição de testemunha, o prefeito reforçou, também, que não foi defender os interesses do empreendedor do shopping Iguatemi Florianópolis, Paulo Cezar Maciel da Silva, quando foi ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre.

No depoimento, garantiu que a prefeitura arcou com as despesas da viagem e que foi até a capital gaúcha tentar liberar o sistema viário do entorno do centro comercial, que, segundo argumentou, estaria atrapalhando a comunidade local.

Na terça-feira, quando autorizou a prorrogação do inquérito por mais 60 dias, o juiz da Vara Federal Ambiental, Zenildo Bodnar, descartou uma petição encaminhada por Amastha no pedido de “exceção de suspeição” formulado contra Moreira. O empresário defendia o procurador da República no documento. O magistrado argumentou que Amastha “não é parte na ação” e mandou devolver a peça.

(DC, 28/06/2007)

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