O procurador-chefe do Ministério Público Federal em Santa Catarina, Walmor Alves Moreira, e o presidente da Santur, Marcílio Ávila, partiram para as defesas ontem. A reação veio no mesmo dia em que A Notícia publicou o pedido de afastamento do procurador da Operação Moeda Verde por suposta falta de isenção no caso e também uma conversa telefônica indicando que Ávila poderia ter recebido informações antes de a ação da PF ser deflagrada.
Walmor Moreira
Diz que a justificativa é leviana
Uma “guerra” entre defesa e acusação marca a fase de investigação da Operação Moeda Verde, em Florianópolis, e promete se intensificar ainda mais antes mesmo de o inquérito ser enviado à Justiça Federal.
Ontem, o procurador-chefe do Ministério Público Federal em Santa Catarina (MPF-SC), Walmor Alves Moreira, desclassificou a tentativa de tirá-lo da apuração que ele mesmo iniciou em maio de 2006. “É um ato de desespero, previsível de quem tem grandes interesses em evitar um processo judicial. Encaro com tranqüilidade o fato de não quererem que eu continue a apurar um grande esquema de corrupção”, reagiu.
O pedido de afastamento foi protocolado na Justiça Federal pelos advogados do empresário do Shopping Iguatemi, Paulo Cezar Maciel, e deve ser analisado hoje pelo juiz da Vara Federal Ambiental, Zenildo Bodnar.
Moreira considerou “ridícula” a solicitação dos advogados, os quais argumentam que ele não teria isenção para atuar no caso. “Querem conturbar, que não se chegue à verdade. Os aspectos jurídicos deles são precários e levianos”, entende. Ele tratou a ação dos defensores como “uma campanha difamatória contra quem levará adiante o caso e quem mais apresenta informações sobre as investigações”. O representante do MPF garantiu estar sendo imparcial em todo o trâmite da Operação Moeda Verde.
Ao falar sobre os indícios de vazamento de informações sigilosas da Moeda Verde ao vereador licenciado Marcílio Ávila (PMDB), o procurador-chefe sugeriu que o empresário Paulo Cezar Maciel é quem poderia ter sido beneficiado nesse sentido, pois não foi preso no dia da operação.
Moreira disse ter uma relação estritamente institucional com Ávila. Ele comentou ainda que nada adiantará para a defesa do empresário afastá-lo do caso, pois outros procuradores já trabalham nos autos com informações que ele repassou.
Marcílio Ávila
Nega ter recebido informações
O vereador licenciado e presidente da Santa Catarina Turismo (Santur), Marcílio Ávila (PMDB), negou ter recebido informações sigilosas da investigação da Polícia Federal antes da Operação Moeda Verde. A Notícia revelou que o político pode ter ficado sabendo, ainda em 2006, das investigações de fraudes em licenças ambientais, em Florianópolis.
Em conversa telefônica gravada pela PF com o vereador Juarez Silveira (sem partido), Ávila cita Walmor Alves Moreira. Em uma audiência, o procurador teria comentado sobre denúncias ambientais que motivaram a operação.
O ex-presidente da Câmara de Vereadores de Florianópolis garantiu que a relação que manteve com Walmor Moreira sempre foi institucional – ele na condição de presidente do Legislativo da Capital e Moreira como respectivo chefe do MPF. Sobre a viagem à Argentina pela Santur, no dia em que a Moeda Verde foi desencadeada (3 de maio), o político disse que já estava autorizada pelo governador em exercício, Leonel Pavan, no dia 25 de abril, bem antes da ação policial.
Ávila assegurou ter tratado de assuntos oficiais na Argentina, como presidente da Santur. Participou de encontros para atrair operadoras de turismo a Santa Catarina, iniciativa que trará, segundo ele, 184 representantes do país vizinho ao Estado neste final de semana.
Por não estar em Florianópolis no dia 3, ele não foi preso temporariamente pelos policiais federais. Apresentou-se dias depois, quando a Justiça decretou nova prisão contra ele, desta vez a preventiva. “É uma maldade gigantesca o que estão fazendo comigo. Querem qualificar todo mundo igual no processo. A Justiça vai prevalecer”, acredita. Ele também afirmou estar sofrendo pressões políticas que teriam a finalidade de desestabilizá-lo à provável candidatura a prefeito de Florianópolis em 2008.
Advogados insistem na suposta falta de isenção
Ouvidos após as declarações do procurador, os advogados do empresário do Iguatemi, Paulo Cezar Maciel, disseram que não cabe a eles ou ao empresário julgar o pedido de afastamento do procurador. A função é do juiz.
Os defensores afirmam que Paulo Cezar não pretende se esquivar da investigação, que apenas apresentou criteriosas exceções de suspeição e impedimento contra Walmor Moreira e que não atribuiu a ninguém a autoria de eventual vazamento da operação em benefício de Marcílio Ávila. Ao analisar a suspeita levantada por Moreira, de que Paulo teria recebido informações sigilosas, os advogados argumentam que ele estava viajando quando a ação foi deflagrada.
Vereador Juarez Silveira decide abandonar vida pública
O vereador Juarez Silveira (sem partido) disse, ontem, que vai deixar a vida pública ao final deste mandato, em dezembro de 2008. A declaração ocorreu no intervalo da primeira sessão ordinária em que ele compareceu desde a prisão, em maio.
Ele é apontado pela PF como o mentor de um esquema que negociava licenças ambientais e atos administrativos. “Fecho a minha vida política depois de 20 anos. Desenhei cinco mandatos seguidos. E é isso”, falou.
Juarez não quis comentar as acusações. A estratégia é falar apenas na Justiça. Ele espera pelo relatório final da delegada Julia Vergara. A única defesa esboçada foi quando disse que os últimos dois anos de trabalho foram dedicados apenas à liderança de governo do prefeito Dário Berger. “Pode ver na procuradoria ou nas assessorias da Câmara. Não encaminhei nem pedi nenhum projeto. Fiquei cuidando dos assuntos do governo.”
(Daniel Cardoso e Diogo Vargas, A Notícia, 06/06/02007)
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 meses | Este cookie é definido pelo plugin GDPR Cookie Consent. O cookie é usado para armazenar o consentimento do usuário para os cookies na categoria "Analíticos". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 meses | Este cookie é definido pelo plugin GDPR Cookie Consent. Os cookies são usados para armazenar o consentimento do usuário para os cookies na categoria "Necessários". |
viewed_cookie_policy | 11 meses | O cookie é definido pelo plugin GDPR Cookie Consent e é usado para armazenar se o usuário consentiu ou não com o uso de cookies. Ele não armazena nenhum dado pessoal. |
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
collect | sessão | Usado para enviar dados ao Google Analytics sobre o dispositivo e o comportamento do visitante. Rastreia o visitante através de dispositivos e canais de marketing. |
CONSENT | 2 anos | O YouTube define este cookie através dos vídeos incorporados do YouTube e regista dados estatísticos anônimos. |
iutk | 5 meses 27 dias | Este cookie é utilizado pelo sistema analítico Issuu. Os cookies são utilizados para recolher informações relativas à atividade dos visitantes sobre os produtos Issuuu. |
_ga | 2 anos | Este cookie do Google Analytics registra uma identificação única que é usada para gerar dados estatísticos sobre como o visitante usa o site. |
_gat | 1 dia | Usado pelo Google Analytics para limitar a taxa de solicitação. |
_gid | 1 dia | Usado pelo Google Analytics para distinguir usuários e gerar dados estatísticos sobre como o visitante usa o site. |
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
IDE | 1 ano 24 dias | Os cookies IDE Google DoubleClick são usados para armazenar informações sobre como o usuário utiliza o site para apresentá-los com anúncios relevantes e de acordo com o perfil do usuário. |
mc .quantserve.com | 1 ano 1 mês | Quantserve define o cookie mc para rastrear anonimamente o comportamento do usuário no site. |
test_cookie | 15 minutos | O test_cookie é definido pelo doubleclick.net e é usado para determinar se o navegador do usuário suporta cookies. |
VISITOR_INFO1_LIVE | 5 meses 27 dias | Um cookie colocado pelo YouTube para medir a largura de banda que determina se o usuário obtém a nova ou a antiga interface do player. |
YSC | sessão | O cookie YSC é colocado pelo Youtube e é utilizado para acompanhar as visualizações dos vídeos incorporados nas páginas do Youtube. |
yt-remote-connected-devices | permanente | O YouTube define este cookie para armazenar as preferências de vídeo do usuário usando o vídeo do YouTube incorporado. |
yt-remote-device-id | permanente | O YouTube define este cookie para armazenar as preferências de vídeo do usuário usando o vídeo do YouTube incorporado. |
yt.innertube::nextId | permanente | Este cookie, definido pelo YouTube, registra uma identificação única para armazenar dados sobre os vídeos do YouTube que o usuário viu. |
yt.innertube::requests | permanente | Este cookie, definido pelo YouTube, registra uma identificação única para armazenar dados sobre os vídeos do YouTube que o usuário viu. |