Parques
02/05/2007
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A Assembléia Legislativa promove hoje, às 19 horas, uma audiência pública para discutir a proposta de implantação de um Jardim Botânico no bairro Itacorubi, na Capital. A idéia é que o parque seja instalado em um terreno de 323,7 mil metros quadrados de propriedade da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). Na audiência também será debatida uma emenda do deputado Marcos Vieira (PSBD), aprovada dentro da reforma administrativa, que prevê a desmembração e alienação de parte daquela área. Os recursos arrecadados seriam investidos em melhorias na infra-estrutura da Capital.

Segundo o deputado César Souza Júnior (DEM), a idéia de utilizar a área para um Jardim Botânico surgiu de uma conversa com o presidente da Epagri, que já havia elaborado um projeto em conjunto com a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). “A audiência pública servirá para que a comunidade possa conhecer este projeto, conhecer o texto da emenda de alienação do terreno e discutir o que é melhor para a cidade”, aponta. Para o parlamentar, é importante dar uma destinação pública para a área, que tem localização nobre e sofre o risco de ser invadida.

O deputado Marcos Vieira também se preocupa com a possibilidade da área ser ocupada irregularmente. Ele diz que propôs ao governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) a alienação de parte do terreno para arrecadar recursos para investir em infra-estrutura. “Florianópolis vem crescendo muito nos últimos anos, sem que o poder público tenha recursos para atender a demanda”, juntifica. Entre algumas necessidades, o parlamentar cita a duplicação da SC-401, entre o trevo de Jurerê e Canasvieiras, da SC-405, entre os trevos da Seta e Rio Tavares, e da própria rodovia Admar Gonzaga, além da urbanização do Maciço do Morro da Cruz.

O tucano destaca que a emenda prevê a alienação de apenas 60 mil metros quadrados, sendo que sobram ainda 263 mil metros quadrados que poderiam ser transformados em um Jardim Botânico. “Uma proposta não inviabiliza a outra. Pelo contrário, ambas são importantes para a cidade, pois uma permitirá a estruturação e a outra o embelezamento da Capital”, aponta Vieira.

Preocupadas com adensamento urbano ocorrido no bairro, lideranças comunitárias apóiam idéia

De acordo com César Souza Fº, a proposta do Jardim Botânico ganhou força a partir do apelo das entidades comunitárias, que se preocupam com o adensamento ocorrido no bairro. “Nos últimos anos aquela área cresceu muito, com a construção de diversos edifícios. A preocupação dos moradores é de utilizar aquele terreno para se construir mais prédio, quando a comunidade necessita de áreas verdes de lazer. Além disso, trata-se de uma área limítrofe ao manguezal do Itacorubi que precisa ser preservada”.

O presidente da União Florianopolitana das Entidades Comunitárias (Ufeco), Modesto Azevedo, se diz favorável a implantação do Jardim Botânico. “O projeto vem de encontro com a nossa preocupação com a preservação com o meio ambiente, principalmente em uma área densamente povoada”, avalia. Para Azevedo, a prioridade deve ser garantir a sustentabilidade da Capital. “Mais prédios representam mais pessoas, mais carros, maior necessidade de abastecimento de água e alargamento de ruas. É preciso saber que a Ilha tem um limite e que precisamos garantir a acessibilidade e a mobilidade do município”, completa, dizendo que pretende levar a discussão do projeto para o Núcleo Gestor do Plano Diretor.

(Natália Viana, A Notícia, 02/05/2007)

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