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O Estado do Rio de Janeiro, cujo meio ambiente está seriamente comprometido em razão de atividades econômicas predatórias, como a expansão desenfreada de culturas agrícolas sobre áreas florestais, e pelo elevado número de lixões a céu aberto – mais de 80 -, engajou-se esta semana ao esforço despendido pela Organização das Nações Unidas para reflorestar o planeta. A unidade fluminense firmou no dia 6, terça-feira passada, um protocolo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) pelo qual se compromete a plantar em um ano 10 milhões de árvores, recebendo em contrapartida apoio técnico para melhor monitorar as emissões de gases causadores do efeito estufa. A parceria é inédita no país e sinaliza um caminho que pode muito bem ser trilhado pelos demais estados da Federação, todos eles, em maior ou menor grau, às voltas com problemas ambientais.

No caso específico de Santa Catarina, tal acordo pode vir a incrementar ações destinadas a manter e a recuperar a Mata Atlântica, patrimônio natural que vem sofrendo impiedosa e continuada agressão, assim como outras áreas florestais igualmente ameaçadas, como a mata de araucárias do Planalto ou as matas ciliares ao longo dos cursos d’água. A questão ambiental não se circunscreve ao rol de obrigações que o poder público tem para com seus contribuintes, e tampouco pode ser concebida apenas como um óbice a ser resolvido por esta ou aquela comunidade. O aquecimento da atmosfera é um processo global e suas conseqüências nefastas atingem a todos, independente da participação que uma cidade, um Estado ou país tenha na emissão de gases nocivos. Do mesmo modo, se a escassez de água potável ainda não é um drama a nos atormentar, ela já pode ser considerada um problema mundial, e não por outra razão a ONU vem alertando a comunidade internacional sobre os riscos de eclosão de guerras em diversos continentes pelo domínio de fontes de mananciais subterrâneos, rios e lagos. Assim, constitui um dever de nossa geração para com as vindouras zelar pelo patrimônio natural, de modo que os catarinenses desfrutem no futuro tanto de recursos naturais abundantes como também de modelos econômicos menos predadores.

A parceria firmada pelo Rio de Janeiro é um exemplo de como um Estado pode associar-se à ONU para combater o aquecimento global e revitalizar suas áreas verdes. Santa Catarina tem aí uma excelente oportunidade e não pode desperdiçá-la.

(Editorial, DC, 09/03/2007)

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