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A situação dos moradores do Alto da Caieira, no Maciço do Morro da Cruz, é de caos quando se fala em água. Metade da população tem água tratada da Casan e a outra usa poços artesianos. “Aqui em cima é um caos”, reclama o vice-presidente da Associação de Moradores, Valdecir Moreira.

Em outubro do ano passado, a Casan doou 300 metros de cano PVC para ligação do sistema de abastecimento. “No primeiro mês até tinha água, mas depois desligaram dizendo que tinha vazamento. Só que a gente sabe que não tem”, explica Valdecir Moreira. Ele conta que “a Casan só manda água de madrugada, umas duas vezes por semana, e os moradores precisam comprar motores para levá-la até as casas. A água do poço é boa, limpa e não é contaminada”, diz.

Do asfalto até 150 metros, o abastecimento de água é feito pela Casan, dali para cima os moradores pegam água de poços. Lourival Cardoso Filho é um deles. Ele mora no Alto da Caieira há 15 anos e conta que quem é abastecido pela Casan fica em situação difícil, pois nem sempre tem água nos canos. “Eles prometem há tempo. Colocaram até os canos, mas quem consegue é porque fez uma ligação clandestina da rede da RBS”.

No ano passado, a área deixou de ser de preservação permanente para se tornar de interesse social. A Prefeitura de Florianópolis contratou uma empresa para elaborar um projeto completo para atender as 17 comunidades do Maciço do Morro da Cruz. A primeira fase, de definição das alternativas de abastecimento de água, luz, acesso das vias, sistema de transporte, creches, escolas e centro social, foi concluída em dezembro. Para contemplar o projeto serão necessários aproximadamente R$ 1 milhão.

A segunda fase do projeto consiste na busca de recursos e na licitação de empresa para a execução das obras. As comunidades prioritárias são a Serrinha e o Alto da Caieira, por apresentarem maiores problemas em relação ao tratamento de água e esgoto. Está marcada para hoje uma reunião entre a Prefeitura, Casan, Celesc, Comcap, Vigilância Sanitária e Ipuf, responsável pela coordenação do projeto. Ontem pela manhã, a Casan reuniu os envolvidos no projeto para acertar o cronograma de acompanhamento e definir as prioridades.

Segundo o responsável pela agência regional da Casan em Florianópolis, Carlos Alberto Coutinho, o processo de licitação está em andamento e dentro de 60 a 90 dias deve ser definida a empresa vencedora. Nelson Bittencourt, engenheiro ligado a Casan e ex-diretor de operações, garante que a agencia está interessada em assumir algumas obras imediatas para resolver a questão do abastecimento nas comunidades da Caieira e Serrinha.
(A Notícia, 11/01/2007)

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