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Moradores lançam esgoto em canal

A Vigilância em Saúde de Florianópolis concluiu ontem a análise sobre a mortandade de peixes verificada na semana passada no rio Sangradouro, canal que liga a Lagoa do Peri ao mar. Foram detectados oito lançamentos irregulares de esgoto doméstico ao longo dos dois quilômetros do rio, incluive de um pequeno centro comercial localizado na rodovia SC-406, junto ao acesso à praia da Armação do Pântano do Sul. Os técnicos também notificaram a Companhia de Águas e Saneamento de Santa Catarina (Casan) para que preste informações sobre o fechamento da barragem entre a lagoa e o rio. Há suspeita de que a operação tenha provocado queda na oxigenação da água e contribuído para a morte de peixes.

Os moradores e o centro comercial flagrados jogando esgoto no rio terão cinco dias para iniciar a construção de sistemas próprios de tratamento de esgoto (fossa e sumidouro). De acordo com o assessor-chefe da Vigilância em Saúde de Florianópolis, Valdir Ferreira, o não cumprimento do prazo implica em multa, que varia de R$ 400 a R$ 11 mil, e lacramento imediato da tubulação por onde é lançado o esgoto no rio.

CASAN NOTIFICADA

No caso da Casan, a empresa foi notificada e terá cinco dias para prestar informações. “Por enquanto o que temos é apenas uma suspeita de que a comporta ficou fechada tempo demais, mas se o estudo comprovar alguma responsabilidade da Casan, a empresa será autuada”, disse Valdir. A Vigilância em Saúde está pedido ainda que a Casan apresente um plano de gerenciamento do abastecimento a partir do manancial da Lagoa do Peri, para que o fornecimento de água seja feito sem provocar problemas como a mortandade dos peixes.

O superintendente de recursos hídricos e meio ambiente da Casan, Cláudio Floriani, disse que a circulação da água do rio Sangradouro sempre pára quando o nível da Lagoa do Peri está baixo, o que diminui a oxigenação da água. A Lagoa fica três metros acima do nível do mar e o fluxo do rio depende de que ela tenha água suficiente para “transbordar”. A estiagem prolongada secou as cachoeiras que fazem a recarga da lagoa, baixando a lâmina d’água e obrigando a Casan a reduzir a captação.
(Carlito Costa, A Notícia, 16/08/2006)

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