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Coleta de amostras comprova possibilidade de despoluição da orla da Beira-Mar Norte

Há décadas, a Beira-Mar Norte é um local impróprio para banho. Não importa a condição climática, poucos se arriscam a dar um mergulho por ali. Mas, em outubro do ano passado, a Casan anunciou um projeto para despoluir 3,5 quilômetros de praia até dezembro de 2018.

Ao custo de R$ 17 milhões, as obras começaram em 15 de março. Depois da frustração com projetos anteriores, o argumento da Casan para que desta vez a proposta saia do papel é que, em vez de toda a Baía Norte, apenas a orla da Beira-Mar será despoluída.

A companhia diz que a poluição chega até o mar pela rede que deveria levar só água da chuva, mas por conta das ligações irregulares, também leva esgoto. Então, o que o projeto vai fazer é impedir que essa água poluída chegue até o mar. Uma tubulação vai captar e levar a água contaminada até uma estação de tratamento antes de despejá-la na orla. Assim, sem o despejo de esgoto diretamente na Beira-Mar Norte, o local ficaria balneável.

O que desperta dúvida em relação à eficácia do projeto é que ele vai funcionar apenas de um lado da baía. Do outro, as ligações clandestinas vão continuar despejando esgoto.

Para rebater este argumento, a Casan diz que estudos comprovam que a maior quantidade de coliformes fecais (bactérias responsáveis pela transmissão de doenças) se concentra a até 200 metros do ponto de despejo e que depois disso a água do mar seria própria para banho.

Para acabar com essa dúvida, a NSC Comunicação procurou um laboratório especializado em análise de água e fez o teste. Com o apoio do Grupo de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros, a reportagem acompanhou as coletas durante três dias em três pontos diferentes.

— São vários parâmetros microbiológicos para fazer análises de coliformes fecais e coliformes totais, além de análises (sobre a presença) de metais e materiais químicos — explica a química Ana Paula Bohm.

A análise seguiu os parâmetros estabelecidos por lei, os mesmos que a Fundação do Meio Ambiente (Fatma) segue para avaliar a qualidade da água nas praias em Santa Catarina. Seguindo esses critérios, o limite máximo permitido para uma das bactérias mais perigosas para a saúde é de 2 mil colônias de coliformes fecais por 100 ml de água.

Nas 36 amostras coletadas (quatro em cada ponto de coleta, em três dias diferentes) foi constatada uma pequena presença de colônias de bactérias. A maioria foi encontrada no primeiro dia de coleta, próximo à ponte Hercílio Luz, onde foram constatadas 70 colônias de bactérias por 100 ml – abaixo do limite de 2 mil colônias estabelecido pela resolução 274 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), lei que define os parâmetros de balneabilidade. O resultado, apresentado em uma série de matérias nesta semana na NSC TV, foi de aprovação.

– Nós também fizemos análises de cobre, zinco e cromo, que são metais que, em excesso, podem ser prejudiciais à saúde. Nos três pontos analisados não há contaminação por algum tipo de metal, todos deram abaixo do permitido pra legislação – comenta a química Ana Paula Bohm.

Conclusão das obras

Com o andamento das obras há três meses e a confirmação de que será possível despoluir a orla da Beira-Mar Norte apenas evitando o despejo de esgoto ali, o que muita gente quer saber é quando vai poder mergulhar na Baía Norte.

— Esse é um processo que, logo que as galerias forem interceptadas, é quase instantâneo. Precisa ter toda essa fase de pré-operação bem desenvolvida e o projeto operando de maneira completa para que a gente possa garantir

a sustentabilidade desses resultados positivos que devem começar a aparecer já no início do ano que vem — afirma o engenheiro químico da Casan, Alexandre Trevisan.

(Hora de Santa Catarina, 06/06/2018)

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