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Quase um mês depois, Florianópolis ainda conserta estragos feitos pelas chuvas

Quase um mês após as fortes chuvas que atingiram Florianópolis, ainda são visíveis os estragos provocados pela força da água. Asfalto danificado, deslizamento de terra, buracos em ruas e pontes caídas. Foram aproximadamente R$ 54 milhões de prejuízo. A prefeitura recebeu R$ 12 milhões da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil e R$ 3 milhões do governo do Estado para recuperar a cidade. Mais de 10 empresas foram contratadas para trabalhar na reconstrução.

Os moradores do Morro do Quilombo, no bairro Itacorubi, ficaram ilhados por causa da grande quantidade de chuva que fez transbordar o rio. Como consequência, diversas ruas ficaram esburacadas e outras praticamente intransitáveis. A dona Emília Brito de Oliveira, 68 anos, moradora da Rua da Represa, conta que a situação ficou bastante crítica: a vizinhança ficou um bom tempo sem poder sair de casa de carro, mas hoje o trânsito está normalizando.

— Ficou horrível, cheio de buracos enormes, a gente só saía a pé, ficou bem perigoso. Mas estão arrumando, tomara que não aconteça de novo — diz.

Já no final na Rua Monte Sião, o trecho sem pavimentação está intransitável. O autônomo Fabrício Sacramento, 52, conta que a via dá acesso às residências de sete famílias.

— Já não era uma rua muito boa, mas depois da chuva piorou. Não sei como o pessoal ainda passa de carro — comenta, preocupado.

Entre as Ruas Monte Sião e da Represa, a prefeitura está colocando tubulação de drenagem para ajudar no escoamento da água e evitar novos alagamentos.

Em Ratones, no norte da Ilha, o maior prejuízo para a comunidade foi a queda da principal ponte, na Estrada Intendente Antônio Damasco, que acabou dividindo o bairro. Quase um mês depois da queda, os moradores ainda precisam usar a estrutura de madeira construída provisoriamente para atravessar o córrego. No entanto, no local só passa pedestre — quem está de carro ou moto precisa dar a volta pelo Córrego Pequeno.

O comerciante Creone Damasco, 30, conta que precisaria dirigir três quilômetros, sendo dois de estrada de chão, para ir até a casa da mãe, que mora do outro lado da ponte.

— Por isso, deixo o carro estacionado de um lado e atravesso a pé pra visitar minha mãe. Mas o pior ainda é pra quem depende do ônibus, que precisa andar 800 metros até o ponto porque o ônibus tem que fazer a volta.

No bairro há mais três pontes menores que foram derrubadas com a força da chuva. Em uma delas, na Servidão Hercílio Augusto da Cunha, a prefeitura construiu uma estrutura de madeira provisória para que os moradores possam passar a pé e de carro. Nas outras, nas servidões Juventina Rufina Garcia e Martinho Júlio da Silva, há apenas uma base em concreto em construção.

O comerciante Elcio Tomaz da Silva, 46 anos, figura conhecida no bairro, conta que a ponte da Servidão Juventina Rufina Garcia dava acesso a 14 famílias. Os moradores tiveram que abrir um caminho provisório pelo terreno de uma residência, mas os carros tiveram que ficar guardados na garagem de vizinhos ou de parentes.

— Era uma ponte forte de concreto, existia há cerca de 20 anos, foi até difícil na hora de retirar a estrutura que ficou pendurada, porque ela era pesada.

Balanço

A prefeitura informa que, na ponte principal, já foram feitas a recomposição dos aterros das cabeceiras, a montagem das vigas e as alas em concreto armado. A estrutura deve ser liberada para o tráfego de veículos ainda esta semana, mas incompleta. O asfalto e finalização da obra serão feitos nas próximas semanas. Já a ponte da Vargem Grande teve a base concretada e aguarda a montagem das galerias após o Carnaval.

Ainda de acordo com a prefeitura, mais de 300 ruas passaram por reparos com recolocação de lajotas, tapa-buraco, limpeza de galerias e valas. Ainda falta a reparação de cerca de 100 ruas danificadas, entre elas no Morro do Quilombo e na Mariquinha. No total, oito pontes estão sendo reconstruídas e 10 muros de contenção. A previsão é que todos os serviços sejam concluídos em seis meses.

Na Rodovia Admar Gonzaga, pouco antes da subida do Morro da Lagoa, em frente à Alameda Casa Rosa, equipes trabalham na recuperação do asfalto que foi danificado com a chuva. Segundo o encarregado de obra da empresa Vogelsanger, contratada pelo Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), Juliano Martins, os serviços começaram na segunda-feira e serão finalizados amanhã. São 60 metros de pista sendo recuperados. O local está sinalizado com cones e o trânsito está sendo desviado pela rótula.

Já na SC-406, entre a Lagoa e a praia Mole, há 40 metros de acostamento danificado. No local, parte do asfalto cedeu. A recuperação começou ontem. Ainda há, pelo menos, três pontos com deslizamento de terra na extensão da rodovia. Já entre a Barra da Lagoa e a Mole, onde um deslizamento deixou a rodovia em meia pista por mais de duas semanas, o entulho já foi retirado e o trecho está liberado nos dois sentidos.

No norte da Ilha, um dos maiores estragos foi no Km 16 da SC-401, onde uma cratera se abriu no asfalto. O local foi recuperado imediatamente.

Saque do FGTS

Cerca de 40 mil pessoas, que foram atingidas pelas chuvas de janeiro têm o direito de sacar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O cadastro começa em 19 de fevereiro e o recurso deve ser liberado a partir de 19 de março. O valor do saque será limitado a R$ 6,2 mil, desde que o intervalo entre uma movimentação e outra não seja inferior a 12 meses. O trabalhador também deve possuir o saldo equivalente na data da solicitação.

Para fazer a solicitação do saque é preciso ir até a sede da prefeitura, na Rua Tenente Silveira, 60, das 9h às 15h, com os seguintes documentos: formulário de Solicitação do FGTS preenchido, cópia e original do RG, CPF, PIS/Pasep, comprovante de residência (em nome do trabalhador emitidos entre 24/09/2017 e 11/01/2018) e carteira de trabalho.

Moradores dos seguintes bairros terão direito ao saque: Armação, Morro das Pedras, Campeche, Rio Tavares, Costeira, Lagoa da Conceição, Canto da Lagoa, Itacorubi, Monte Verde, Saco Grande, Rio Vermelho, Ratones, Vargem Grande, Vargem Pequena, Ingleses, região do Papaquara, e Canasvieiras.

(Hora de Santa Catarina, 07/02/2018)

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