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Evento aborda mobilidade e meio ambiente

Representantes do IPUF e da Secretaria Municipal de Obras de Florianópolis, além da equipe da WRI Brasil Cidades Sustentáveis, conduzirão nos dias 7 e 8 de março o seminário “Melhor Transporte, Menos Emissões”. O evento, que é parte do projeto que conta com o apoio da Embaixada Britânica, irá relatar as ações que a cidade já está realizando para mitigar as emissões de gases de efeito estufa relacionadas ao transporte urbano e apresentar o projeto de Anel Viário. O encontro contará com palestras de especialistas em mudanças climáticas, transportes e desenvolvimento urbano.

Este seminário é mais uma das atividades que visam à melhoria da mobilidade em Florianópolis. O desafio da mobilidade urbana, apontado pelo Plano de Ação Florianópolis Sustentável como o maior e mais complexo da capital catarinense, tem sido enfrentado pelo poder público através da criação de planos, programas e projetos, com o objetivo de garantir o acesso à cidade e o desenvolvimento equilibrado da região. São destaques nas ações o PLAMUS (Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis), o Plano de Mobilidade Urbana de Florianópolis, atualmente em complementação, e projetos como o corredor exclusivo para transporte público no anel viário central, para implantação do sistema BRT (Bus Rapid Transit).

Mais que somente problemas viários, há grande importância em se discutir a mobilidade como uma questão ambiental. Um inventário de gases de efeito estufa realizado pelo ICES – Iniciativa Cidades Emergentes Sustentáveis – abrangeu parte da região metropolitana, denominada pelo estudo como região conurbada de Florianópolis, e identificou que as emissões da região são baixas em relação à média nacional e a indicadores internacionais, sendo de 2,2 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente por habitante, compostos predominantemente pelo setor de transportes, que representa mais de 80% do total de emissões.

“Florianópolis já deu o primeiro passo e certamente está aprendendo com outras regiões a melhor forma de colocar o plano em prática. O início da construção do anel viário será um grande incentivo nessa área, que facilitará muito o uso do transporte coletivo. O objetivo também é que a nossa frota de ônibus utilize o biocombustível, que é menos impactante para o meio ambiente”, afirmou a arquiteta Cibele Assmann Lorenzi, da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (SMDU).

“Discutir a mobilidade hoje para a sociedade florianopolitana é muito mais do que debater nosso sistema viário”, assinalou a superintendente do IPUF, Vanessa Pereira. “É, na verdade, colocar em pauta os rumos do desenvolvimento urbano, as prioridades nas ações de gestão pública e, principalmente, a qualidade ambiental e urbana dos espaços que estamos deixando como legado para as gerações futuras”, completou.

As cidades são responsáveis por cerca de 70% das emissões de gases estufa no mundo. Cerca de 45,7% das emissões brasileiras relacionadas a matriz energética são provenientes do setor de transportes. A priorização do uso do transporte individual e motorizado contribui para o agravamento deste cenário. As políticas públicas nas cidades irão desempenhar um papel fundamental no combate ao aquecimento global. Um dos primeiros passos neste sentido é a elaboração de um inventário de emissões da cidade e de um plano de ação detalhado sobre como a cidade pretende diminuir os atuais índices de poluição.

As mudanças climáticas precisam de uma resposta em nível global. No entanto, para que sejam efetivas, a transformação precisa começar na realidade local. As cidades devem agir para reduzir a dependência do automóvel como meio de transporte prioritário e dar prioridade ao transporte coletivo e não motorizado. O Acordo de Paris, assinado em 12 de dezembro de 2015 na Conferência do Clima da ONU, obriga, pela primeira vez, todos os 195 países signatários – que inclui o Brasil – a adotar medidas de combate às mudanças climáticas e impedir que a temperatura do planeta aumente mais que 1,5º C até 2100.

Mobilidade

Com a implantação do BRT, a avenida Beira-mar Norte terá o primeiro corredor exclusivo para ônibus de Florianópolis. O projeto do anel viário – que será apresentado no evento para receber contribuições – terá 17 quilômetros de extensão de faixas exclusivas ou preferenciais para ônibus e fará todo o contorno na região central, passando pelo Terminal de Integração do Centro (TICEN), Beira-mar Norte, Trindade, Pantanal, Saco dos Limões, José Mendes e Prainha. A obra contempla um elevado exclusivo para o transporte público, abrigos de passageiros, ciclovias, passeios, faixas de pedestre, drenagem, terraplenagem, sinalização horizontal, urbanização e requalificação de áreas, como o eixo viário principal do bairro José Mendes. Entre os benefícios previstos, está também o sistema de controle integrado de semáforos (ITS).

O prazo de execução é de 36 meses, a partir do recebimento da ordem de serviço pela empresa que vencer a concorrência pública. As obras, que contam com recursos municipais, estaduais e federais, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), estão orçadas em torno de R$ 150 milhões.
Esta concepção do Anel Viário vai ao encontro da Política Nacional de Mobilidade Urbana, Lei 12.587/2012, que define a priorização dos meios de transporte não-motorizados (pedestres e ciclistas) e do transporte público coletivo sobre os meios individuais, e a garantia da acessibilidade aos espaços. O resultado que se busca é uma mobilidade urbana mais eficiente que respeite as pessoas, independentemente do modal escolhido.

Programação
Segunda-feira, 07 de março de 2016
Mudanças Climáticas, Cidades e Desenvolvimento de Baixo Carbono – seminário aberto ao público
18:30: Credenciamento e café de boas vindas
19:00: Abertura : Representantes da Prefeitura de Florianópolis e do WRI Brasil, Cônsul Britânico e outras autoridades presentes.
19:30: Palestra sobre Mudanças Climáticas e Cidades
Laura Valente de Macedo, Consultora Sênior, WRI Brasil
20:10: Resultados do projeto “Urban Mobility: UK Expertise supporting PAC funded projects”
Moderação: Henrique Evers, WRI Brasil Cidades Sustentáveis
• As ações em Salvador – João Resch Leal, Diretor de Ecologia Urbana, Secretaria de Cidade Sustentável, Salvador
• As ações em Florianópolis – Cibele Assmann Lorenzi – Coordenadora Regional do ICES – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano
• Resultados e lições aprendidas – Diogo Pires Ferreira, WRI Cidades Sustentáveis
21:00: Perguntas e respostas
21:20: Encerramento do dia

Terça-feira, 08 de março de 2016

Manhã: Reunião técnica
10:00: Anel Viário de Florianópolis
Restrita a técnicos e convidados da prefeitura. Os participantes debatem o Anel Viário de Florianópolis, especificamente o trecho do Pantanal. Discussão e análise sobre oportunidades de trabalho e cooperação.
Coordenação: Diogo Pires Ferreira, WRI Brasil Cidades Sustentáveis

Tarde: Oficina sobre Mobilidade Urbana de Baixo Carbono
13:30: Painel 2: Experiências em mobilidade urbana sustentável e inovação no Contexto Brasileiro
Moderação: Laura Valente de Macedo, consultora sênior WRI Brasil
• A Experiência de Cidades do Reino Unido – Cláudia Ramirez, SDG
• A experiência de Belo Horizonte – Liliana Delgado Hermont,
• Superintendente de Gestão e Tecnologia de Transporte
• A experiência da Região Metropolitana de Florianópolis – Guilherme Medeiros, Diretor, Secretaria de Transportes de Santa Catarina
• O Anel Viário – Representante da Prefeitura de Florianópolis

15:10: Perspectivas para Mobilidade Urbana de Baixo Carbono em Florianópolis
Participantes debatem a aplicabilidade das experiências de outras cidades em seu contexto. Documentos de referência: relatórios SDG e WRI Brasil
• Moderação: Laura Valente de Macedo
• Relatoria: Renata Portenoy
Perguntas norteadoras:
Quais experiências apresentadas no relatório sobre os casos Britânicos são viáveis no contexto brasileiro e, em particular, em Florianópolis?
Quais as barreiras e como aprender com essas experiências para implementar políticas e medidas de mobilidade urbana de baixo carbono?
Quais experiências apresentadas no relatório sobre os casos brasileiros são viáveis no contexto de Florianópolis?
Quais os próximos passos para implementar políticas e medidas de mobilidade urbana de baixo carbono em Florianópolis?
16:50: Resumo e encerramento

(PMF, 04/03/2016)

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