Ponte Hercílio Luz: “Solução dos gênios é matar o paciente”

(Por Carlos Damião, Notícias do Dia Online, 30/09/2015)

“A pessoa está doente. Vai a muitos médicos, ouve muitas opiniões. Fica na fila do SUS, emergência de hospital, arrecada dinheiro, viaja para fazer exames. Ninguém lhe dá esperança, os diagnósticos são divergentes, não há tratamento. Perde tempo, perde dinheiro, vai cansando. O sistema de saúde não funciona. É assim com os outros doentes também. E qual é a solução dos gênios? Matem o paciente, oras!”. Trago o comentário da leitora Denise Ouriques Medeiros, que compara a situação da ponte Hercílio Luz com a rotina da saúde pública, acrescentando: “Como as pessoas são induzidas a quererem que a ponte seja derrubada… E elas nem pensam mesmo, só reagem. Os próprios apresentadores de telejornais do meio-dia vieram com essa pérola – rapazes ‘cheios de ideias’ que são”. Pois é. Há suspeitas, nos bastidores da engenharia catarinense, de que forças ocultas estariam agindo para desqualificar o trabalho desenvolvido pelo atual governo e pela empreiteira Empa na recuperação da Ponte Hercílio Luz. Isso explicaria por que a pauta dos supostos “R$ 500 milhões desperdiçados” não parou de graça na redação da revista Veja, especializada em temas controversos.

Faltou dizer

A acusação sobre os supostos R$ 500 milhões desconsidera, além da manutenção do monumento – que é obrigatória –, a reforma dos viadutos. Para quem não sabe: a ponte é composta por dois viadutos (insular e continental) e o vão central, que é a ponte em si. Os viadutos foram reformados durante o governo de Luiz Henrique da Silveira e isso tem que ser contabilizado como trabalho feito.

Sabe das coisas

Engenheiro mecânico Honorato Tomelin, entrevistado pelo Jornal do Meio-Dia (RICTV), defendeu a reforma da ponte como está sendo feita, mas com algumas adaptações técnicas. Disse que R$ 500 milhões supostamente investidos é um valor superestimado, apontou vários equívocos no relatório do Tribunal de Contas e disse que, depois de pronta, a ponte pode ser utilizada para o tráfego de veículos entre segunda e sexta e para o turismo nos fins de semana.