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O novo Mercado Público de Florianópolis mantém as características que fizeram sua história

Com a restauração da ala sul finalizada, um novo Mercado Público totalmente revitalizado estará aberto à população no dia 5 de agosto. As mudanças estruturais e visuais incluíram reforma e mudanças de paredes, telhados, portas e pisos; rede elétrica, hidrossanitária e preventivo de incêndio; padronização dos boxes; e um mix de comércios reformulados para abrigar 54 tipos diferentes de atividades sem perder as características que tornam o Mercado parte da essência e da história de Florianópolis. É um espaço de encontro e convivência para quem vive a cidade, ponto de identificação cultural, local de momentos históricos e de referência de moradores e turistas.

A revitalização do Mercado Público é uma bandeira encampada pelo Notícias do Dia há mais de cinco anos. Entre os antigos e novos comerciantes, o Mercado reabrirá com a finalização de um processo polêmico, que se arrastou por mais de sete anos, e que resultou na primeira licitação para ocupar os boxes do prédio histórico e uma reforma completa em mais de cem anos de atividades.

Problema crítico e recorrente do Mercado, os grandes incêndios devem ser páginas do passado com a melhoria do sistema preventivo, uma central a gás e a nova rede elétrica. Para evitar as sublocações irregulares dos boxes, a troca de perfil de comércio e as inadimplências por parte dos permissionários, a prefeitura criou uma série de regramentos com um regulamento específico para o funcionamento do Mercado, sob pena de multa e perda da concessão.

A partir de 5 de agosto, os novos e os antigos permissionários se misturam para dar um novo rumo à história do Mercado pelos próximos 30 anos de concessão. Estarão reunidos os restaurantes antigos, os bares novos, as tradicionais peixarias e as novidades em empórios, cafeterias e cervejarias.

Restauração do patrimônio histórico

Foram gastos R$ 14,8 milhões gastos nas obras das alas norte e sul e no vão central. O Mercado Público passou por um profundo trabalho de recuperação, que começou em 18 de novembro de 2013. Para chegar à conclusão do restauro, os empecilhos se acumularam ao longo do tempo: resistência de antigos donos de boxes, necessidade de quatro aditivos (dois de tempo e dois de valor), mudanças de cronograma e problemas no telhado da ala sul.

O Mercado teve que ser praticamente reconstruído, preservando-se os mesmo conceitos arquitetônicos antigos. Algumas paredes de tijolo maciço foram preservadas, mas foi necessário fazer reforço estrutural, renovar as instalações elétricas e hidráulicas, assim como telhados, pisos, portas, janelas e pintura.

Segundo o secretário-adjunto de Obras da prefeitura, Américo Pescador, foi necessária uma obra profunda, pois os antigos “puxadinhos” construídos pelos antigos permissionários se tornou prática comum ao longo dos anos. “Comerciantes faziam reformas sem nenhum controle e fiscalização. Derrubavam paredes, erguiam outras novas; e isso provocou enfraquecimento da estrutura”, diz.

Na manhã de 19 de agosto de 2005, um incêndio em um box se alastrou e destruiu completamente a ala norte. Parte do prédio histórico desabou e só restaram as paredes externas. Sem habite-se e sistema adequado de prevenção de incêndios, uma série de incêndios menores foram registrados ao longo da história do Mercado.

Hoje, com a revitalização, a ala norte funciona dentro das normas do Corpo de Bombeiros e todo um sistema preventivo de incêndio foi estruturado. “Há sistema de detector de calor, sistemas de sprinklers (chuveiros automáticos), além das novas redes hidrossanitárias e elétrica, que tinha muitos rabichos”, explica Pescador.

Regras para os comerciantes

Maior fiscalização sobre os comerciantes, penalidades em caso de inadimplência e horário fixo de funcionamento. Com a publicação da portaria 14.800, a prefeitura criou o primeiro regulamento para melhor organizar as atividades referentes ao Mercado Público. Uma logomarca também foi escolhida para representar o prédio histórico e dar identidade visual única ao Mercado.

Segundo o secretário de Administração, Gustavo Miroski, a finalização da reforma e da elaboração do novo mix foi um processo demorado e necessário para criar o novo Mercado. “Todo dinheiro arrecadado foi reinvestido no próprio Mercado. Isso previa um grande restauro do espaço, nova dinâmica de apresentação e padronização das atividades comerciais, possibilidade de cobertura retrátil. Tudo isso para recuperar as características do Mercado e possibilitar maior convivência das pessoas”, diz. Miroski cita como principais problemas antigos a falta de fiscalização, a descaracterização do mix de produtos e a má conservação do patrimônio histórico.

Quarenta anos de Mercado Público

Pai e filho, Aldo de Brito, 76 anos, e Aldonei Brito, 50, completam este ano quatro décadas como comerciantes do Mercado Público. A relação com o Mercado começou quando Aldo percorria o Brasil levando o peixe de Florianópolis para outros Estados, como Bahia, Ceará e Paraíba. “Antes era tudo diferente, tinha trapiche, o mar batia na porta do Mercado e os barcos de pesca chegavam bem cedo aqui”, conta.

Quando decidiu vender o caminhão, Aldo comprou um box na ala sul e, desde então, não parou mais. Após a licitação, o Bazar Brito, especializado em materiais esportivos, mudou-se para a ala norte, no box 75.

Sem os comerciantes antigos que faziam parte da associação do Mercado, Aldonei decidiu criar então a Associação de Comerciantes do Novo Mercado Público, que completou um ano esta semana. Com cinco permissionários antigos e cinco novos, a associação será responsável por cobrar o condomínio dos comerciantes, contratar segurança e auxiliar na fiscalização de irregularidades. “Tinha que ter essa mudança para aumentar o mix de atividades. Havia muitos comerciantes sem pagar água, luz e aluguel. Cada um reformava como queria, sem projeto, fiscalização. É uma mudança radical”, diz Aldonei.

Entre as principais mudanças destacadas pelos comerciantes estão a maior segurança com o preventivo de incêndio e a diversidade de atividades. “O pessoal era muito descuidado, fazia cada um à sua maneira, consideravam-se os donos do Mercado. Vem sangue novo agora e será bom. Antes, tinha 39 lojas de sapatos, hoje só tem nove”, afirma Aldo.

NÚMEROS DO MERCADO

Dos 104 permissionários, 58 já estavam no Mercado e 46 são novos

A ala sul tem 38 boxes, sendo que 35 são de comerciantes (um é a sede da Caisc – Casa dos Açores da Ilha de Santa Catarina – e outros dois são banheiros). Na ala norte, são 78 boxes, sendo 68 de permissionários (dois são banheiros, dois para entidades de assistência social, dois do Sebrae, três da prefeitura – um é o museu – e outro é a zeladoria do Mercado)

R$ 220,8 mil será o valor mensal de arrecadação da prefeitura com os aluguéis de todos os boxes. Por ano, serão R$ 2,650 milhões

R$ 10,7 milhões foi o custo da reforma das duas alas

R$ 4,1 milhões será o custo da obra da cobertura retrátil do vão central

R$ 13,6  milhões foi o valor arrecadado com as licitações para os permissionários. Este valor foi investido na restauração do prédio. 312 empresas concorreram com 1.038 propostas nas duas licitações.

Horário de funcionamento

O Mercado funcionará das 7h às 19h em dias úteis e das 7h às 14h aos sábados. Os bares poderão funcionar em dias úteis até 22h e, nos fins de semana e feriados, até às 17h. Os comércios abrirão no último domingo de cada mês, para avaliação do movimento. Conforme for, o Mercado poderá abrir todos os domingos.

(Notícias do Dia Online, 04/07/2015)

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