O conflito ambiental
14/10/2011
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14/10/2011

Uma via nada expressa na Capital

Quem precisa ir para a Ilha no início da manhã perde quase uma hora para percorrer os seis quilômetros da rodovia de acesso

Às 7h55min de ontem, a equipe do Diário Catarinense chegou ao trecho da BR-282 que dá acesso à Ilha de Santa Catarina (Via Expressa) para conferir a situação do trânsito que faz parte do cotidiano de cerca de 170 mil motoristas que trafegam pela rodovia diariamente.

A quinta-feira chuvosa foi um agravante para o tráfego normalmente pesado da via neste horário para quem segue em direção à Ilha. Foram 58 minutos para cumprir o percurso de cerca de seis quilômetros, o que resulta em uma média de seis quilômetros por hora, quase a média de um ser humano adulto saudável andando a pé, que é de cinco quilômetros por hora.

Os únicos que conseguem se movimentar bem são os motoqueiros. Apesar do perigo, eles transitam em alta velocidade no corredor entre os carros. Ontem, não havia nenhuma viatura da PRF para reprimir esse tipo de situação, que é irregular (as motos só podem passar pelo corredor se o trânsito estiver parado). A Via Expressa é principal forma de entrar na Ilha e é a principal ligação entre Florianópolis e os maiores municípios da Região Metropolitana – Palhoça, São José e Biguaçu. Muitos moradores desses municípios trabalham ou estudam na Capital, por isso, precisam se deslocar nesse sentido nos horários em que o trânsito é mais intenso: entre 8h e 10h.

Projeto de ampliação está sendo elaborado

O vendedor Lucas Schmoller, 20 anos, transita pela via quatro ou cinco vezes por semana e opta pela moto para se locomover mais rápido.

– Os engarrafamentos não têm horário. Sinto menos por causa da moto, mas mesmo assim é horrível.

Moradora de Palhoça, Priscila Soares demoraria cerca de 15 minutos para ir de carro da sua casa até a loja onde trabalha, em São José, caso não houvesse tanto trânsito. Na situação atual, ela leva cerca de uma hora.

– Saio de casa às 8h para chegar às 9h no trabalho. Se chove, chego atrasada, mesmo quando saio mais cedo. Pego esse trânsito todo dia há seis meses – lamenta.

Segundo a assessoria de imprensa do Departamento de Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), os problemas relacionados à corrupção que ocorreram este ano no Ministério dos Transportes, e que resultaram na suspensão de todas as licitações em andamento, não prejudicaram o projeto de ampliação deste trecho da BR-282, que já havia sido iniciado (veja detalhes no box ao lado).

Neste momento, o projeto está em fase de elaboração, para, em seguida, passar pelo licenciamento ambiental. O processo de licitação deverá ser aberto em 2012 e as obras iniciadas na sequência. Não há um mês certo para que isso aconteça.

Em uma pesquisa de 2009 publicada pelo DC, este trecho da BR-282 foi considerado um dos 15 mais críticos do Brasil, devido ao grande número de acidentes fatais, especialmente atropelamentos, por se tratar de uma rodovia que passa por uma região de grande concentração urbana.

Por volta das 11h15min, a reportagem voltou à Via Expressa e refez o percurso, dessa vez, em menos de cinco minutos, em uma média de 80 quilômetros por hora (a velocidade permitida na rodovia é de 100 quilômetros por hora). No fim da tarde, a situação se inverte: quem vem da Ilha em direção ao Continente entre 17h e 19h enfrenta a mesma lentidão.

– A velocidade dos veículos nos horários de pico é de 6km/h quase a média de um ser humano adulto saudável andando a pé e sem muita pressa, que é de 5km/h.

O projeto

AMPLIAÇÃO DA VIA EXPRESSA
– É de responsabilidade do Dnit
– O prazo para entrega do projeto é o fim deste ano
– O objetivo é separar o trânsito local do que vem de todas as outras localidades do Estado
– Cada sentido da pista deverá ganhar mais duas pistas
– Só o projeto custou R$ 6,5 milhões, ainda não se tem ideia do valor da obra
– É financiado pelo PAC2
– Está sendo elaborado por um consórcio de três empresas
– A licitação será aberta em 2012
– A obra deve começar em 2012
Fonte: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

(Por Anelize Salvagni, DC, 14/10/2011)

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