Decisão sobre Estaleiro OSX pode afetar projetos do Grupo EBX em Florianópolis
17/11/2010
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17/11/2010

Eike desiste do estaleiro em SC

Em comunicado oficial ao mercado ontem à noite, o Grupo EBX anunciou a decisão de instalar o empreendimento no Complexo Industrial do Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), do qual é dono, com a ampliação do projeto

Os golfinhos venceram, e os moradores das praias do Norte da Ilha não precisam mais se preocupar. O Estaleiro OSX, um empreendimento de mais de R$ 2,5 bilhões e geração de 14 mil empregos, não vai ficar em Santa Catarina.

O bilionário Eike Batista desistiu de instalar o projeto no Estado, e anunciou que a sede será o Rio de Janeiro.

A terça-feira teve dois episódios em torno do estaleiro. Um pode ter sido consequência do outro. No final da tarde, o Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio) anunciou que decidiu adiar para 15 de dezembro a divulgação do parecer do órgão sobre a implantação do projeto em Biguaçu, na Grande Florinaópolis. Em seguida, Eike mostrou que não está mais disposto a esperar.

Às 19h27min, a OSX, empresa do Grupo EBX dedicada ao setor de equipamentos e serviços para a indústria de petróleo e gás natural, divulgou fato relevante ao mercado, rito obrigatório para empresas com capital negociado na Bolsa, anunciando que vai instalar sua subsidiária no Porto do Açu. A decisão considerou o estágio avançado de análise técnica pelo órgão ambiental do Rio de Janeiro. Segundo a secretária do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Marilene Ramos, na próxima terça-feira será marcada uma única audiência pública, que deve ocorrer em janeiro. A partir da audiência, Marilene calcula que entre 30 ou 45 dias o órgão possa dar a Licença Ambiental Prévia (LAP).

– A área é um complexo portuário e industrial, com baixa densidade demográfica. É possível dizer que existe uma pré-viabilidade – garante.

A empresa espera a licença até abril de 2011 no Rio. Em SC, a Fatma teria que aguardar o parecer do ICMBio para negociar com outro órgão federal, o Ibama, e só então chegar a um veredicto. E, depois disso, o caso ainda poderia virar uma batalha judicial interminável.

A OSX garante que levou em conta as vantagens competitivas da Unidade de Construção Naval (UCN) Açu. No Rio, o estaleiro terá um cais de 2,4 mil metros, 70% maior do que o previsto inicialmente para Biguaçu. Além disso, o projeto no Rio prevê as mesmas capacidades produtivas originalmente anunciadas no plano de negócios da companhia.

Mas tudo indica que não foram só aspectos técnicos que pesaram. Eike Batista parece ter levado em conta o posicionamento contrário de segmentos da sociedade catarinense. Na última segunda-feira, numa conversa descontraída com o procurador-geral do município de Biguaçu, Anderson Nazário, que havia pedido o estaleiro em Biguaçu pelo Twitter, o bilionário escreveu: “Não é o que os catarinenses querem”.

A promessa dos líderes dos movimentos contrários, de que se o ICMBio desse parecer favorável e a licença fosse concedida, muitas ações judiciais impediriam a instalação do estaleiro em Biguaçu, também pesou na decisão. No Rio de Janeiro, o empresário sabe que não terá problemas no futuro. É amigo do governador Sérgio Cabral e já tem muitos investimentos no Estado.

Depois de perder R$ 2,5 bilhões e 14 mil empregos, SC ainda pode ter alguma “herança”. O Jardim Botânico, para o qual o grupo de Eike já investiu R$ 650 mil em projetos, deve sair. O também anunciado Instituto Tecnológico Naval (ITN) dificilmente ficará tão distante do empreendimento, mas as parcerias em desenvolvimento tecnológico devem ser mantidas com a Fundação Certi e com a UFSC, até pelo relativo grau de qualificação da mão de obra catarinense no setor da indústria naval.

Terreno de Biguaçu pode receber outro projeto

Pego de surpresa com a decisão, o presidente em exercício da Fundação do Meio Ambiente, Luiz Antônio Garcia Corrêa, diz que o processo de licenciamento ambiental no Estado está em curso e que, para paralisá-lo, a empresa terá que se manifestar oficialmente. O prefeito de Biguaçu, José Castelo Deschamps, prefere não falar até a reunião que tem hoje, às 13h, com a empresa, quando, deverá ser comunicado da desistência.

O Grupo EBX anunciou que estuda outros empreendimentos para a propriedade em Biguaçu. O megaterreno já comprado poderá receber algum investimento do grupo. Como Eike sempre disse que não instala empresas onde não se considera bem-vindo, o que vem por aí não deverá chegar perto do que viria.

(SIMONE KAFRUNI, DC, 17/11/2010)

OSX desiste de instalar o estaleiro em Santa Catarina
Do blog de Estela Benetti (ClicRBS, 16/11/2010)

A OSX acaba de anunciar que desistiu de instalar o estaleiro em Santa Catarina. A empresa está comunicando a decisão em fato relevante ao mercado. Pesaram na decisão a oferta do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, de oferecer incentivos para a instalação no Porto de Açu, e a pressão dos ambientalistas que residem na região de Florianópolis.

Leia o fato relevante que a empresa divulgou há pouco na CVM:

OSX BRASIL S.A.
CNPJ N.º 09.112.685/0001-32
Companhia Aberta

FATO RELEVANTE

– OSX anuncia decisão de instalar a Unidade de Construção Naval no Estado do Rio de Janeiro –

Rio de Janeiro, 16 de novembro de 2010 – A OSX Brasil S.A. (“OSX” ou “Companhia”) (Bovespa: OSXB3)

1. A Companhia tomou a decisão de instalar a Unidade de Construção Naval (UCN) de sua subsidiária, OSX Construção Naval S.A., no Complexo Industrial do Porto do Açu, no Município de São João da Barra, Estado do Rio de Janeiro.

2. O Estudo de Impacto Ambiental e o seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) da UCN Açu encontra-se em estágio avançado de análise técnica pelo órgão ambiental competente no Estado do Rio de Janeiro, com expectativa de que sua instalação seja licenciada em abril de 2011.

3. A decisão empresarial da OSX leva em conta as vantagens competitivas da UCN Açu, conforme atestadas com o aprofundamento de seus estudos de engenharia, ambientais, operacionais e técnicos, em atenção aos legítimos interesses da Companhia, de seus acionistas, de seus clientes e das demais partes interessadas envolvidas.

4. A UCN Açu contará com um cais de 2400m (aproximadamente 70% maior do que o previsto para o projeto de Biguaçu), com capacidade de expansão para até 3525m, e possui as mesmas capacidades produtivas originalmente previstas no plano de negócios da Companhia, sem alteração substancial no CAPEX originalmente previsto. A UCN Açu oferece ainda as seguintes vantagens competitivas, dentre outras:

– Possibilidade de significativa expansão de cais, calado e capacidade produtiva;

– Maior espectro de serviços que poderão ser prestados pela UCN Açu, incluindo reparos;

– Sinergias logísticas com os demais empreendimentos em implantação no Açu, destacando-se o Terminal Portuário de Uso Privado do Açu, siderúrgicas, geração de energia termelétrica e pólo metal-mecânico;

– Posição geográfica central entre as principais bacias petrolíferas do País: Campos, Espírito Santo e Santos;

– Condições de solo que possibilitam maior velocidade na construção da UCN Açu;

– Localização no Estado do Rio de Janeiro, principal pólo brasileiro da atuação integrada das indústrias naval e de petróleo e gás;

– Resposta à demanda regional pela geração de novos empregos diretos qualificados, totalizando 10.000 na fase de operação da UCN Açu e 3.500 na fase de construção;

– Resposta à demanda comunitária por grande obra de macro-drenagem em combate a enchentes.

5. O Grupo EBX estuda o desenvolvimento de outros empreendimentos para a propriedade em Biguaçu, reafirmando assim o seu compromisso com o Estado e a população de Santa Catarina.

6. Finalmente, no que se refere às demais unidades de negócio da Companhia, vale mencionar que uma equipe operacional da OSX Serviços Operacionais encontra-se em Cingapura, onde o FPSO OSX-1 está sendo adaptado, dando seguimento às atividades de pré-operação, visando o início da produção no litoral brasileiro em 2011. Por sua vez, a unidade de leasing da Companhia vem tomando as providências pertinentes para a aquisição, construção e/ou customização dos FPSOs OSX-2, OSX-3 e OSX-4, e das WHPs 1 e 2, perfazendo um total de 6 equipamentos de produção em fase de implementação pela Companhia, para a produção de petróleo e gás em águas jurisdicionais brasileiras.

7. A OSX segue trabalhando focada na sua missão de oferecer soluções integradas de equipamentos e serviços para a consolidação das conquistas de produção de petróleo e gás em nosso País.

Rio de Janeiro, 16 de novembro de 2010.

Roberto Monteiro

Diretor Financeiro e de Relações com Investidores

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