Empresa não apresentou soluções tecnológicas, diz ICMBio
02/07/2010
Foco da OSX é a licença ambiental
02/07/2010

Empresários assinam documento para permanência do estaleiro da OSX em Biguaçu

Os representantes das entidades que compõem o Conselho das Federações Empresariais de Santa Catarina (Cofem) assinaram, nesta quinta-feira, na Secretaria de Estado da Fazenda, em Florianópolis, um documento em prol da permanência do estaleiro da OSX em Santa Catarina.

O diretor da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc), Henry Quaresma, diz que os empresários defendem o projeto do ponto de vista econômico:

— Precisamos de mais pressão política. O documento do Cofem vai acionar as bancadas catarinenses — explica.

Segundo o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa catarina (FCDL/SC), Sérgio Medeiros, o objetivo é intensificar a mobilização para que o estaleiro fique no Estado e, também, conseguir atenção do governo federal para que Santa Catarina não perca o investimento.

Para o presidente da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), Alaor Tissot, o controle ambiental está sendo mais rigoroso em SC do que no Rio de Janeiro:

— A OSX tem princípios de sustentabilidade e representará um ganho tecnológico incalculável para o Estado. Mas essa briga com o meio ambiente está nos custando muito caro há muito tempo. Todo mundo tem medo de investir em SC — ressalta.

O documento foi assinado por representantes da Facisc, da Fiesc, da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faesc) e FCDL/SC.

A OSX, empresa do bilionário Eike Batista, anunciou um plano B para implantação do estaleiro no Rio de Janeiro. A empresa se organiza para ter duas opções locacionais e garantir o investimento de R$ 2,5 bilhões naquela onde o licenciamento ambiental sair antes.

Na quarta-feira, houve mais motivo de preocupação para quem defende o estaleiro em Biguaçu: a OSX fez uma teleconferência para acionistas, na qual apresentou, pela primeira vez, detalhes do projeto no Porto de Açu, no Norte do Rio de Janeiro.

Em Brasília, o deputado federal Paulo Bornhausen (DEM) pediu uma audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara para debater o impacto ambiental do estaleiro.

— Os critérios usados pelo ICMBio (que deu parecer contrário a obra em Biguaçu) para negar as autorizações me parecem pouco transparentes e sem nenhuma consulta ao conjunto da sociedade — diz.

ICMBio é contrário ao investimento

Depois de estudar o novo relatório encaminhado pela OSX, com informações complementares sobre o a instalação do estaleiro em Biguaçu, o Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio) manteve seu parecer inicial, contrário ao empreendimento.

A regional Sul do ICMBio se manifesta contrária à escolha do local em função dos problemas que o empreendimento vai causar para as três unidades de conservação: a Área de Proteção Ambiental do Anhatomirim, Estação Ecológica de Carijós e Reserva Biológica Marinha do Arvoredo.

Audiências públicas

A OSX foi autorizada pela Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) a promover três audiências públicas previstas para os dias 20, 21 e 22 julho na Grande Florianópolis sobre a instalação do estaleiro.

Conforme um comunicado da OSX, as audiências devem acontecer em Biguaçu, Governador Celso Ramos e Florianópolis.

(DIÁRIO CATARINENSE online, 01/07/2010)

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