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Desde o início da década de 70, a mata atlântica original da Ilha de Santa Catarina tem sofrido uma lenta agonia. Segundo as estimativas da Fundação do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram), restam apenas 3% de mata nativa intacta em todo o território do município.
Apesar dos esforços do poder público em recuperar a área degradada por meio de projetos de reflorestamento, a especulação imobiliária e a derrubada de árvores para a agricultura têm ultrapassado os limites da fiscalização.
De acordo com o secretário da Floram, José Carlos Rauen, por muito tempo a economia da cidade teve por base a agricultura, que acabou desmatando a floresta nativa para a formação de lavouras e pastagens.
“É recente o movimento para tentar reflorestar toda a mata que foi perdida”, explica. Calcula-se que 50% de toda a malha florestal da região estejam desmatados.
Além da agricultura, atividade que perdeu força na cidade, a especulação imobiliária também é uma ameaça para a mata atlântica. “Grande parte dos novos loteamentos que surgem em Florianópolis não obedecem às medidas impostas pelo zoneamento”, observa.
Pelo Plano Diretor do Distrito Sede e dos Balneários da Capital, os loteamentos devem preservar pelo menos 30% da área total do terreno e reservar 5% para implantação de ruas.
Lei preserva
Outro indicativo sobre a área de floresta que ainda resiste são as Áreas de Preservação Permanente, que englobam manguezais, restingas e dunas, onde é proibido qualquer tipo de construção.
Segundo a Floram, as APPs correspondem a 40% do território de Florianópolis. As Áreas de Preservação Limitada, que permitem construções que ocupem até 10% do terreno, representam mais de 20% da área da cidade.
Fiscalização reforçada com doação de barco
Para tentar fazer frente aos infratores e preservar o pouco que resta da mata atlântica nativa em Florianópolis, a Floram conta com apenas 45 fiscais que atuam em todo o território do município.
Somente em 2006, ocorreram 67 demolições de construções ilegais em Florianópolis. Para quem constrói em área de APP, a multa inicial é de R$ 10 mil.
Uma lancha, doada recentemente pelo Instituto de Geração de Oportunidade de Florianópolis (IGEOF) à Floram, vai auxiliar a fiscalização, principalmente em áreas de encostas da Lagoa da Conceição e Lagoa do Peri.
A reforma do equipamento, com 90 hp de potência, custou cerca de R$ 7 mil. O órgão não possuía um veículo náutico ágil para dar suporte à atividade. “Será importante para apertar a fiscalização”, completa Rauen.
Desde o início do ano, o órgão já promoveu o plantio de 10 mil mudas de árvores nativas da região para reforçar o reflorestamento.
Em maio, será assinado ainda um convênio de R$ 600 mil para arborizar parte da Via Expressa Sul e da avenida Beira-mar Norte, assim como o entorno dos viadutos da SC-401, do Centro ao Norte da Ilha.
Árvores compensam poluição do Carnaval
Três ônibus lotados com crianças, dirigentes e integrantes da velha-guarda das escolas de samba da Capital participaram ontem (22/04) do plantio de 1,4 mil mudas de árvores nativas na Via Expressa Sul.
O plantio comemorou o Dia Mundial do Planeta Terra e fez parte do encerramento do projeto “Carnaval Carbono Zero”, lançado pelo município, com o objetivo de neutralizar a emissão de gases de efeito estufa liberados durante o desfile oficial das agremiações na Passarela Nego Quirido, no início de fevereiro.
O evento contou com a presença de dirigentes da Floram e também do prefeito Dário Berger. De acordo com o secretário da Floram, a quantidade de mudas representa o gás carbônico produzido por 40 mil pessoas que acompanharam o desfile das quatro escolas de samba na passarela.
Também fez parte do cálculo estimado a quantidade de gás emitido pelos carros alegóricos, além do material utilizado para construção das alegorias.
“O importante é que a contrapartida foi feita na cidade, o que não acontece em outros municípios”, afirma.
(Luiz Eduardo Schmitt, Notícias do Dia, 23/04/08)

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2 Comentários

  1. Jimi Haensel disse:

    Olá, estou fazendo um projeto de urbanismo num condominio no morro das pedras, de frente para o mar. queremos plantar em uma grande area arvores nativas da ilha, frutiferas tb. onde posso encontrar uma relaçao das arvores nativas? onde posso conseguir essas mudas? se tiverem alguma sugestao fico agradecido.
    Att. Jimi Haensel

  2. Nicola Centrone disse:

    Olá!
    Tenho um terreno no Rio Vermelho (perto da praia) e gostaria de plantar arvores nativas ao seu redor.Que tipo de arvore e local devo procurar, em Florianópolis?
    As arvores não poderão ter raizes que correm horizontalmente no terreno, para não interferirem com a edificação.
    Grato

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