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Bicicleta é alternativa ao trânsito urbano

Um aspecto considerado crítico hoje na Capital é o trânsito. Basta fazer a travessia entre Ilha e Continente em horários de pico para ver que a capacidade do sistema viário de Florianópolis está próxima do limite.

Ação

ONG quer aproveitar discussão sobre plano diretor para garantir mais espaço ao ciclista
Neste contexto, a discussão de formas alternativas de transporte é fundamental. Por isso, integrantes da Associação dos Ciclousuários da Grande Florianópolis (Viaciclo) querem aproveitar a elaboração do Plano Diretor Participativo para incluir o uso da bicicleta no planejamento da cidade. Para o grupo, este processo é importante, já que o Plano Diretor não se refere apenas ao uso do solo, mas à garantia do direito a cidades sustentáveis.

De acordo com o diretor da Viaciclo, André Geraldo Soares, os integrantes da ONG desenvolveram um projeto para incluir a bicicleta no sistema de mobilidade urbana. Um material está sendo distribuído às lideranças comunitárias dos distritos da Capital.

A idéia é acompanhar as reuniões distritais, onde serão traçadas as diretrizes do Plano Diretor, e fomentar este debate. “Temos a oportunidade de alterar a lógica do sistema de transporte, que sempre coloca os veículos automotores em primeiro lugar”.

Para Soares, as discussões geralmente enfocam alternativas para aumentar os espaços para carros, que são sempre obras caras, ou saídas para o transporte coletivo. “Falta inserir neste debate outras formas de mobilidade”, aponta o diretor da Viaciclo.

Motoristas ainda não respeitam

Em Florianópolis há atualmente menos de 20 quilômetros de ciclovias, que não são interligadas, sendo que a maior delas, na Beira-mar Norte, é utilizada principalmente como área de lazer.

Uma proposta seria estruturar os bairros da cidade, para que os moradores pudessem fazer pequenos trajetos. “Trechos de cinco a sete quilômetros podem ser feitos com bicicleta. Uma medida simples, que garante economia e independência”, destaca Soares.

Mais do que somente construir ciclovias, a ONG defende mais segurança ao ciclista, com a implementação de sinalização e um projeto de educação no trânsito. “É preciso que haja um maior respeito com o ciclista, pois muitos motoristas acham que o trânsito é exclusivo para os veículos automotores, enquanto que a bicicleta tem um papel marginal”, completa.

O presidente do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf), Ildo Rosa, afirma que a proposta da Viaciclo é compatível com os projetos que estão sendo desenvolvidos pelo órgão.

Ingleses implanta projeto-piloto

Segundo Ildo Rosa, o modelo de mobilidade urbana que existe em Florianópolis está fadado ao caos. “É preciso estimular novas alternativas”, diz. A proposta do Ipuf é criar rotas seguras, em que os carros compartilhem espaço com o pedestre e o ciclista.

Um projeto-piloto foi implantado em Ingleses, no Norte da Ilha, onde foi construída uma ciclovia tendo como ponto de referência as duas escolas locais.

A partir desta experiência, já foram elaborados projetos para outros distritos da cidade. “Fizemos uma pesquisa e constatamos que cerca de 75% da população tem bicicleta, mas não utiliza com freqüência por falta de infra-estrutura”, afirma Rosa.

Na área central, o projeto começou a ser implementado na avenida Hercílio Luz, cuja ciclovia em breve será interligada a avenida Mauro Ramos e ao Centro. “Queremos que as ciclovias não sejam vistas de forma isolada ou como forma decorativa, mas como uma alternativa ao sistema de transporte”, assinala o presidente o Ipuf.

Terminais reativarão bicicletários

Uma das críticas da Viaciclo é que há poucos bicicletários. Pesquisa feita pelo grupo mostrou que, entre 350 estabelecimentos comerciais, apenas um conta com espaço para guardar bicicletas. Outro problema é o atraso na implantação dos bicicletários nos terminais. Ildo Rosa garante que o projeto será retomado.

A proposta é que o ciclista vá de bicicleta até o terminal, onde teria local para guardá-la e tomar banho. “Uma pessoa que sai do Córrego Grande hoje perde mais tempo esperando o ônibus, do que se deslocando do terminal ao Centro”, exemplifica. Uma arquiteta do Ipuf está na Alemanha em busca de recursos para implantar o projeto. “Estamos estudando outras possibilidades para diminuir o número de carros no centro e democratizar os espaços”, afirma.

O período de elaboração do Plano Diretor é o momento para definir as prioridades para a mobilidade urbana. “O mais importante é que estas definições terão forma de lei, não estando sujeitas as flutuações políticas e com previsão orçamentária”, completa Rosa.

(Natália Viana, A Notícia, 15/06/2007)

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