Meio ambiente
17/04/2007
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Uma pedra com tamanho equivalente à metade de uma Kombi destruiu domingo à noite uma casa do Morro do Caju, no Bairro Monte Verde, no Norte da Ilha, em Florianópolis, depois de deslizar de uma altura de quase 10 metros.

O acidente aconteceu às 23h de domingo, quando os moradores da casa, o servente de pedreiro Gilberto Mateus da Silva, 18 anos, e a esposa dele, Noeli Ferreira de Lima, 16, assistiam a programas de tevê.

O casal estava no quarto da frente, onde dormia a filha Aghata, de 20 dias, quando o assoalho tremeu, a janela caiu e as tábuas da parede começaram a desabar sobre a cama.

– No primeiro estouro, pensei que fosse alguém batendo forte na parede. Mas depois a casa começou a balançar e a cair. Achei que não ia me salvar – disse Noeli.

A pedra atingiu primeiro o cômodo que serve de sala e cozinha, depois chegou ao quarto. O impacto destruiu a estante, a mesa, um aparelho de som e o computador, o maior luxo da casa, que foi comprado pela mãe de Noeli, a auxiliar de serviços gerais Maria da Costa de Lima, 44, em 23 parcelas de R$ 95.

– Tive que comprar o computador porque ela (Noeli) `tava´ fazendo um curso. Faltam três meses para acabar de pagar – disse Maria, que mora no morro há nove anos, desde quando se mudou de Pato Branco (PR), onde era bóia-fria, em busca de “uma vida menos sofrida”.

No momento em que a pedra rolou, Maria caminhava até a casa da filha para desejar boa noite, como sempre faz antes de deitar.

– Pensei que eles não fossem se salvar. Entrei na casa do jeito que deu, e já peguei a pequena (a neta Aghata).

Saiba mais

Em Florianópolis, existem 61 locais habitados que são considerados áreas de risco. A maior parte está na área central da cidade, no entorno do Morro da Cruz

Mais quatro imóveis ameaçados

A pedra que destruiu a casa em que Noeli Ferreira vivia com o marido e a filha colocou sob risco outras quatro casas do topo do Morro do Caju.

A zeladora Rosana Moreira, 36 anos, mora com oito filhos e um neto em uma das casas ameaçadas. Ela disse ter passado a noite em claro temendo que a pedra despencasse mais.

– A gente fica em uma situação difícil: se ficar aqui, essa pedra pode rolar. E sair do que a gente custou tanto para conseguir, como a Defesa Civil quer, não é fácil.

O secretário de Defesa Civil de Florianópolis, Francisco Cardoso, disse que o deslizamento da pedra pode ter sido causado pela detonação irregular de rochas no topo do Morro do Caju.

– As seguidas detonações mexeram com o solo, e isso permitiu que a pedra rolasse. Isso aqui é uma área de preservação permanente – disse.

Segundo as famílias da área, as detonações com pólvora são feitas por uma pessoa que mora na parte baixa do morro. A intenção dele seria conseguir partes de pedra para construir um muro.

A Defesa Civil informou que comunicou o Exército sobre as detonações e a Secretaria de Desenvolvimento Social sobre a necessidade de se remover as famílias do local.

(Jeferson Bertolini, DC, 17/04/2007)

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