Eles não têm o tamanho de uma escola de samba, mas fazem a alegria de milhares de pessoas em Santa Catarina durante o Carnaval. Seja em desfiles que premiam o mais criativo ou os formados por amigos que combinam um estilo de fantasia, os blocos mantêm a folia nas ruas. A poucos dias da festa, muitos deles trabalham duro para preparar camisetas e adereços aos foliões.
Para botar o bloco na rua durante o Carnaval, tem gente trabalhando duro em barracões Estado afora. O calor não é empecilho para quem quer fazer bonito e, quem sabe, faturar um prêmio. Mesmo com a popularidade das escolas de samba, os blocos resistem ao tempo e fazem a alegria de milhares de pessoas em Santa Catarina.
Eles representam o início do Carnaval de rua no país. Muitos deram origem a escolas de samba.
Em Florianópolis, é raro encontrar um mané que goste de Carnaval e que nunca tenha ouvido falar no Marisco da Maria ou no Sou Mais Eu.
Fantasiados, vestindo camisetas, com ou sem alegorias, os blocos surgem normalmente da união de uma turma de amigos. Alguns vão além do Carnaval e se dedicam a projetos sociais durante o ano, como o Futsamba, de São José. Mas o mais importante são os minutos de desfile, que, segundo os organizadores, fazem valer os meses de dedicação.
– Carnaval está no sangue, quem gosta não desiste. E olha que a gente enfrenta dificuldades para arranjar recursos e levar o bloco para desfilar – diz Luciano Santana, do Futsamba.
O grupo surgiu há cinco anos, quando amigos de Luciano se reuniam para jogar futebol, fazer churrasco e tocar samba em comemoração ao aniversário dele. Da reunião surgiu a ideia de montar um bloco.
Em São José, desfile vai ser na Avenida Beira-Mar
Na semana antes do Carnaval, “o bicho pega”. No barracão do bloco, pode-se ver um amontoado de ferros que serão transformados na Igreja Matriz de São Pedro de Alcântara. Neste ano, o Futsamba vai contar a história da colonização alemã na cidade.
O desfile será no domingo de Carnaval, na Avenida Beira-Mar de São José. Dali, o Futsamba quer sair com os R$ 5 mil do prêmio.
O Carnaval de blocos não se restringe à folia. Por trás da festa, não falta pesquisa para compor cada linha de um samba-enredo. Em Florianópolis, haverá um alerta à população.
O bloco dos funcionários da saúde do município vai levar uma ala chamada Floripa Sem Fumaça para a Passarela Nego Quirido, no dia 13 de fevereiro, antes do desfile das escolas de samba da cidade. Os integrantes vão carregar cigarros e cruzes gigantes para chamar a atenção sobre os males do tabagismo.
No Bloco Caramuru, da comunidade do Morro do Mocotó, em Florianópolis, o clima é de expectativa. Para Luana Matos, diretora de arte do Caramuru, um dos nove blocos que desfilam no próximo domingo na Passarela Nego Quirido em busca do prêmio de R$ 10 mil, essa época é de trabalho duro.
– A gente sai do desfile já pensando no próximo. Não é à toa que estamos com quase tudo pronto.
Toda a comunidade ajuda. Há quem pegue férias para se entregar à organização da folia.
(DC, 11/02/2010)