Ao caminhar pelas pedras irregulares da primeira rua calçada de Santa Catarina, em Santo Antônio de Lisboa, o visitante se vê transportado para outro tempo. Entre casarios coloniais e a sombra das árvores, a brisa do mar carrega o cheiro do passado e guia quem passa pela região até a Feira das Alfaias, que ocupa a praça Roldão da Rocha Pires. O burburinho das conversas e o vai e vem das pessoas compõem o cenário de um dos pontos mais charmosos de Florianópolis.
Neste pedaço histórico do bairro, onde o imperador Dom Pedro 2º passeou em 1845, a tradição continua viva nas mãos de quem cria. À beira do mar, entre os casarões açorianos, o artesanato se entrelaça com o tempo e a cultura de quem escolheu viver do feito à mão. Feiras como a das Alfaias oferecem aos pequenos produtores a chance de expor em uma vitrine ao ar livre, além de aproximar moradores e visitantes a modos de vida mais sustentáveis e simbólicos.
A Feira das Alfaias ocorre todos os sábados e domingos, das 11h às 19h, e reúne artistas e artesãos de diferentes técnicas e histórias. Alguns já são veteranos do local, como Fabrício Rudnick, que há mais de dez anos cria espelhos, bancos e luminárias a partir de madeira de demolição. “São madeiras com bastante história”, diz, enquanto aponta para as marcas de um espelho feito com paciência. Ele conta que já passou por outras feiras, mas escolheu Santo Antônio como ponto fixo. “O lugar é muito legal, o público é ótimo. Durante cinco anos vim sábado e domingo. Agora venho só aos sábados.”
O processo para expor na feira envolve uma curadoria da prefeitura, conta o artesão. “Eles avaliam o produto, veem se tem a ver com a proposta da feira”, explicou Rudnick. “A feira ajuda muito na divulgação do meu trabalho. Muita coisa vem do boca a boca. Com tanta coisa pra fazer, buscar material, criar e produzir, é importante ter esse espaço.”
Rodrigo Baseggio, também veterano há nove anos, trocou o ritmo do mercado de trabalho tradicional pela rotina das feiras. Ele e a companheira produzem cerâmicas e velas artesanais. “Pra mim foi uma libertação, uma mudança de vida. Com o artesanato, consegui fazer algo que gosto e viver disso. Dá pra viver bem e estamos muito felizes”, conta.
Ele destaca que, embora haja desafios, o grupo de expositores é unido. “Tem gente que ajuda, tem gente que não, como em todo lugar. Mas temos um grupo bem consolidado, que se esforça e trabalha pela feira. Dá pra contar com os companheiros.”
Vitrine em lugar histórico
Para Jaqueline Franzoni, a feira também representa raízes e afetos. Com um ateliê que leva o seu nome, ela expõe bonecas de pano desde 2018. “Comecei a fazer quando engravidei da minha filha. Trabalhava na área da saúde e me apaixonei por esse mundo.” Uma das figuras que mais chama atenção em sua barraca é a bruxinha da ilha — uma referência à cultura mística de Florianópolis. “Representa esse imaginário daqui. As pessoas procuram bastante.” A artesã nunca participou de outras feiras. “Essa foi a minha primeira e a que eu amei e fiquei. Aqui é uma vitrine muito importante de Florianópolis, por ser um espaço turístico.”
Outros chegaram recentemente, como Murilo Linhares, que há um ano e meio encontrou na feira o lugar ideal para se reinventar. “Produzo peças utilitárias em madeira usando madeira maciça de forma natural. Estar aqui é maravilhoso e só exponho nessa feira, no momento. Aqui tem um público muito turístico que valoriza o nosso trabalho.”
A turista Milene de Jesus, de Itajaí, se encantou com a estética do local. Quando visita um lugar, a professora faz questão de conhecer as feiras, e a das Alfaias conquistou um espaço especial para ela. “É muito charmoso, tudo rústico. Eu curto bastante.” Já Sinara Muller e Ricardo Melato, casal de Gaspar, disseram que a feira foi um dos pontos altos do passeio. “A nossa primeira impressão é de um lugar muito tranquilo, um ambiente com um valor histórico muito grande.”
SERVIÇO
O quê: Feira das Alfaias
Onde: praça Roldão da Rocha Pires, em Santo Antônio de Lisboa
Quando: aos sábados e domingos
Horário: das 11h às 19h
(ND, 14/04/2025)
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