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Para se tornar realidade, a revitalização da parte norte do Centro Histórico da Capital precisará resolver um problema que parece sem solução na grande maioria das cidades brasileiras: a população de rua. Já é senso comum de quem transita pela área central da cidade evitar a região, especialmente o trecho entre o Largo da Alfândega, o terminal Cidade e a Praça XV, durante a noite. A população não quer ser abordada pelos mendigos que insistem em não atender às tentativas da Prefeitura de oferecer-lhes comida e abrigo. Querem ficar na rua, onde há droga, bebida e onde não há regras e horários a cumprir. Uma liberdade que dificulta não apenas a recuperação da região, mas afasta turistas e revolta moradores e população em geral.

Não se pode negar os esforços da prefeitura para resolver a situação, abordando os moradores de rua, cadastrando, oferecendo ajuda e até apoio para recuperarem suas vidas. Não são raros os casos de pessoas que tiveram problemas, foram parar nas ruas, foram atendidas pela assistência social do município e conseguiram se reerguer. Mas o apelo turístico de Florianópolis também é levado em conta por aqueles que querem a rua como moradia. Por isso a cidade é “escolhida” por aqueles que querem “tentar a sorte” para recomeçar ou para levar a vida sem regras e sem destino.

Um dos apelos do município é para que a população não dê esmolas. Além de não resolver o problema e incentivar a permanência daquela pessoa nas ruas, o ato ainda atrapalha o trabalho que é realizado com dinheiro público. A atitude mais correta é indicar o caminho dos abrigos públicos mantidos pelo município, onde o cidadão encontrará cama, cobertores, alimento e orientação para tentar retomar a vida e, se for o caso, sair do caminho das drogas e do álcool. O município de Florianópolis tem se esforçado para resolver o problema, mas a população precisa fazer a sua parte e colaborar para que os problemas diminuam e ninguém tenha medo de circular pelo belo centro da cidade.

(Editorial ND, 28/06/2019)

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