Da Coluna de Estela Benetti (DC, 24/08/2017)
Destinos turísticos da Região Sul do Brasil vão ganhar maior projeção no país com a campanha do Ministério do Turismo O Sul é o meu destino. Quem está no Estado para o lançamento, nesta quinta-feira, em Itajaí, é o ministro do Turismo, Marx Beltrão, que estará acompanhado do presidente da Embratur, Vinícius Lummertz, e do secretário de Estado do Turismo, Leonel Pavan. Em entrevista à coluna, ele falou dessa nova promoção, investimentos no Estado e afirmou que o visto eletrônico pode ampliar em 25% a vinda de estrangeiros ao país.
1 – O senhor lança nesta quinta-feira, em evento em Itajaí, SC, o projeto O Sul é o meu destino. Qual é o objetivo dessa iniciativa e quanto será investido?
Essa campanha que vamos lançar com investimento de R$ 5 milhões é mais uma iniciativa para darmos fôlego à promoção dos nossos destinos, mostrando o que a região tem de melhor para motivar o brasileiro a viajar mais pelo país. Este ano, adotamos a estratégia de segmentar as ações de divulgação e dividir as campanhas por região, beneficiando todos os estados e ampliando os ganhos de imagem para o país.
2 – Que roteiros podem ser fortalecidos no Sul com esse projeto?
A campanha fortalece a imagem dos três estados: Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Interessante é que na fase de diagnóstico da campanha, detectamos que o Sul já é uma região conhecida e desejada pelo brasileiro e o grande desafio foi mostrar a diversidade local sob uma nova perspectiva. Então, trabalhamos para ressaltar que aqui o turista sempre vivencia uma experiência única. Acho importante ressaltar que a promoção é apenas uma das vertentes com as quais o Ministério trabalha para desenvolver o turismo no país. Para se ter uma ideia, só em obras de infraestrutura turística temos investimentos de quase R$ 1,5 bilhão nos três estados da região. Em Santa Catarina são R$ 404 milhões se considerarmos também as mais de 600 obras concluídas. Hoje, são 253 obras em andamento, orçadas em R$ 243 milhões, inclusive, nesta viagem, vamos visitar a obra do Centro de Eventos de Balneário Camboriú, um contrato de R$ 55 milhões.
3 – Dentro do Plano Brasil + Turismo da sua pasta, um projeto é a adoção de visto eletrônico para países estratégicos como EUA e Canadá entre outros. Por que isso não foi adotado ainda e que acréscimo de visitantes podemos ter?
As medidas de facilitação de viagens, com esta, vêm sendo planejadas há alguns anos e conseguimos fazer pilotos de projetos de desburocratização tanto na Copa do Mundo como na Olimpíada, período no qual turistas australianos, canadenses, norte-americanos e japoneses tiveram isenção de vistos e, agora, serão os primeiros beneficiados com o visto eletrônico. Estudos da Organização Mundial de Turismo (OMT) e da WTTC (Conselho Mundial de Viagens e Turismo) indicam que essa medida tem a capacidade de ampliar em até 25% ao ano o número de visitantes desses países. De acordo com a projeção que fizemos, a medida vai injetar até R$ 1,4 bilhão na economia do país. O visto eletrônico ainda não entrou em vigor, porque o Itamaraty está fazendo os últimos ajustes no sistema que vai permitir a operação, mas a partir de novembro ele começa a valer.
4 – O Plano Brasil prevê também a transformação da Embratur em agência de promoção turística. Quais são as vantagens e acredita que o Congresso vai aprovar?
A Embratur precisa de autonomia, agilidade e capacidade financeira, características fundamentais para que ela consiga cumprir o seu papel institucional de aumentar a presença brasileira no ultracompetitivo mercado global de turismo. Foi diante dessa realidade que propusemos ao Congresso essa mudança na natureza jurídica da autarquia e estamos confiantes que os parlamentares, nossos interlocutores constantes no debate desse tema, estão atentos à essa necessidade.
5 – O governo enviou ao Congresso uma MP para a abertura de 100% do capital de empresas aéreas a estrangeiros. Por que é importante essa mudança?
Em um país de dimensões continentais com o Brasil, não se pode falar em turismo sem pensar na conectividade aérea. Nossa mais recente sondagem de intenção de viagem do consumidor coloca o avião como o meio de transporte escolhido por 62% dos brasileiros que pretendem viajar nos próximos seis meses. Outra pesquisa que fizemos indica que apenas 41% da população considera a malha aérea existente no Brasil suficiente. Portanto, cabe ao governo, buscar meios, conversando com os setores competentes, para ampliar a oferta de voos, atender regiões turísticas carentes de transporte aéreo, facilitar o acesso a destinos turísticos de grande potencial, enfim, dinamizar o turismo e o mercado, uma forma também de ampliar a oferta de empregos e reduzir os custos para o consumidor com o aumento da concorrência.
6 – O Brasil é reconhecido por ter as mais belas atrações naturais do mundo, mas isso atrai poucos turistas ainda. O que o ministério pretende fazer para projetar mais esse potencial?
É verdade, somos o primeiro do mundo em recursos naturais e o 8º em atrativos culturais no ranking de competitividade do turismo do Fórum Econômico Mundial. O Brasil + Turismo surge exatamente para enfrentar alguns gargalos históricos do setor e para que possamos transformar esse grande potencial em realidade, em vetor de desenvolvimento. Temos a convicção de que o turismo reúne todas as condições para ajudar o país a enfrentar esse momento delicado da economia nacional. Por isso, estamos propondo um conjunto de medidas que podem contribuir para aumentarmos o número de turistas internacionais no país (dos atuais 6,5 milhões para 12 milhões em 2012) com impacto na elevação da receita cambial do turismo (de US$ 6 bilhões para US$ 19 bilhões) no mesmo período. Projetamos também, com a implementação dessas medidas, a inserção de cerca de 40 milhões de brasileiros no mercado consumidor de viagens e a geração de milhões de empregos. Estamos investindo também na qualificação profissional e dando continuidade ao programa de apoio a obras de infraestrutura turística, fundamentais para recebermos bem o turista e contribuir para a movimentação da economia em nossos destinos.
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