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Cemitérios de Florianópolis: Sem vagas e sem solução

Está longe do fim a solução para o problema da falta de vagas em cemitérios de Florianópolis. A Prefeitura havia apresentado em 2014 um projeto que prometia ser a solução para situação que vem se agravando ao longo dos anos, com a criação de um cemitério vertical e o crematório público em um terreno na SC-401, no bairro Cacupé, porém a ideia nunca avançou. Mais que isso: foi enterrada. O município apresentou proposta ao legislativo para vender o terreno de mais de 12 mil metros quadrados. A decisão será tomada nesta sexta-feira pelos vereadores.

O motivo da venda, de acordo com o secretário da Fazenda André Bazzo, é fazer caixa frente às dificuldades financeiras que a Prefeitura está enfrentando. Além do terreno em Cacupé, o município também quer vender outra área em Canasvieiras:

— Não existe o planejamento para nenhuma edificação naquele local, e a informação que temos da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano é que pelo Plano Diretor, não existe a possibilidade de ser feito um cemitério naquele local.

De acordo com o Bazzo, a Caixa Econômica avaliou o terreno do Cacupé entre R$ 5 e R$ 5,4 milhões.

Proposta tramita na Câmara

Uma audiência pública foi realizada na Câmara dos Vereadores no início de julho para discutir a situação, e na sessão do último dia 4, oito vereadores propuseram uma emenda ao projeto apresentado pelo prefeitura, retirando a venda do terreno de Cacupé e propondo que ali seja construído o novo cemitério municipal e crematório, que poderá ser explorado pela iniciativa privada.

Mas na tarde desta quinta-feira, a emenda foi rejeitada na Comissão de Constituição e Justiça e será votada em sessão extraordinária nesta sexta-feira. Para o vereador Edinho Lemos (PSDB), que foi voto vencido, a afirmação de que no local não poderia ser construído um cemitério é uma desculpa:

— Aquele local é uma Área Comunitária Institucional, então pode ser construído, sim. E mesmo que não pudesse, a prefeitura poderia fazer uma permuta para construir o cemitério em um local permitido. A questão é que não existem mais vagas e precisamos dar um jeito nisso — declarou

Soluções provisórias

No maior cemitério público de Florianópolis, o São Francisco de Assis, no Itacorubi, já não existem mais vagas para quem não possui um jazigo. De acordo com o gerente de cemitérios, Alexandre Magno de Jesus, não tem vaga nem mesmo nas gavetas, que eram cedidas por um período de quatro anos, prazo em que as famílias precisam adquirir um jazigo ali ou em outro cemitério para realizar e exumação e transferência:

— Não temos mais nenhuma gaveta, a próxima só no dia 26 de julho. Foram construídas 10 gavetas novas, mas já foram utilizadas. Agora estamos redirecionando para outros cemitérios, na medida do possível — explica. Um deles é o cemitério de Ratones, que está se adaptando para receber a demanda.

Na última quarta-feira, foram abertos os envelopes da licitação para a construção de 371 gavetas no Cemitério do Itacorubi. O secretário executivo de Serviços Públicos, Wilson Vergílio Real Rabelo, explica que o órgão está atuando nesta frete e também no levantamento dos aforamentos para amenizar o problema:

— Assim que o processo de licitação terminar já vão começar a construção das novas gavetas, que poderão ser utilizadas a medida que forem sendo construídas. Também estimamos entre 400 e 900 terrenos que estão abandonados no Itacorubi. Iremos fazer um chamado público para estas famílias, notificar e, caso não se manifestem, vamos desapropriar. Com isso, mais a rotatividade das gavetas, vamos resolver por dois anos — explicou.

Na projeção feita pela prefeitura em 2014, quando lançado o projeto do cemitério vertical, seriam construídas 40 mil gavetas, número que supriria a demanda da Capital pelos próximos 50 anos.

( Diário Catarinense, 14/07/2016)

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