Arena lotada, técnicos, narração, comentaristas, troféu, prêmios em dinheiro e um público que sofre e vibra a cada jogada. Quem está acostumado com esportes tradicionais e lê essa descrição pode achar que trata-se de uma partida futebol ou vôlei. Mas esse foi o cenário da primeira etapa da final do CBLOL (Campeonato Brasileiro de League Of Legends), o game on-line mais jogado no mundo.
A edição aconteceu em Florianópolis no sábado (18). Foram quase 3.000 pessoas de diferentes cidades do país aplaudindo o INTZ Team que venceu o Keyd Stars por 3 a 0. Além de faturar R$ 60 mil, a equipe vencedora pode disputar o campeonato mundial.
O universo desconhecido para quem não é familiarizado com os games se torna fascinante quando compreendida a dimensão do trabalho, que de brincadeira não tem nada. De acordo com o primeiro censo do país sobre a indústria de jogos digitais, publicado ano passado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o mercado mundial de games movimentou US$ 57 bilhões em 2010, superando os números do cinema no mesmo ano. Segundo a pesquisa, a sétima arte faturou 31,8 bilhões de dólares no período. A previsão é que o mercado de jogos digitais ultrapasse 82 bilhões de dólares até o final deste ano.
A mesma pesquisa aponta que Santa Catarina é o quarto Estado com mais empresas que desenvolvem games no país, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Essas empresas, em sua maioria, são pequenas e médias com faturamento global entre R$ 93 mil e R$ 16 milhões, de acordo com a pesquisa do BNDES.
O gerente geral da Riot Games no Brasil, produtora e distribuidora do League of Legends, Roberto Iervolino, vê a região Sul como potencial e aprovou o entusiasmo do público na competição de sábado, cuja final será no Allianz Parque, o novo estádio do Palmeiras, em São Paulo, com público previsto de 12 mil pessoas. “Existe um desenvolvimento de jogos no Brasil como um todo, mas principalmente em São Paulo e na região Sul. Florianópolis tem desenvolvedores e essa atividade é ótima para a economia. Requer know-how, capital intelectual e exige empreendedorismo. Aqui vemos incubadoras, startups e isso é ótimo.”
Decreto incentiva desenvolvimento do setor
Santa Catarina só começou a se desenvolver e destacar no país a partir da iniciativa conjunta de empreendedores e pesquisadores em 2006. Juntos conseguiram reunir inciativa privada e governo para, três anos depois, formalizar o programa Santa Catarina Games e Entretenimento Digital, conhecido como SC Games, validado por meio do decreto estadual n° 2.338 de 2009. O programa fomenta o desenvolvimento do setor no Estado, a preparação de recursos humanos e a divulgação nacional e internacional dos produtos e serviços produzidos por aqui.
Hoje, só na Grande Florianópolis, são 17 empresas focadas neste mercado que, em sua maioria, tem 50% do faturamento ligado à exportação. O salário dos programadores iniciantes pode chegar a R$ 3.000, mas a equipe dessas empresas é multidisciplinar, envolve artistas, gestores, administradores, entre outros. Segundo dados da Acate (Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia), uma das maiores empresas do Estado com sede em Florianópolis, tem downloads dos seus jogos em mais de 200 países.
Apesar do crescimento, o diretor da Vertical Games da Acate, Dennis Kerr Coelho, diz que ainda falta investimento e a “mortalidade” das empresas nos dois primeiros anos é alta. Segundo ele, surgem e fecham muitas empresas porque no primeiro ano praticamente não há faturamento e faltam investidores. “Ter um evento como o League of Legends aqui mostra a nossa importância no setor.”
No começo do trabalho de fomento aos games, o maior problema era a falta da mão de obra, mas desde o decreto, surgiram cursos voltados para games nas unidades de ensino particulares do Estado, assim como projetos e oficinas patrocinadas por empresas de tecnologia e as parcerias com o governo. Dentro da SC Games há o projeto Novos Talentos que desde 2009 formou cerca de 350 alunos, entre dez e 20 anos. São cursos profissionalizantes gratuitos de programação, arte digital e design voltados para a área de games, com duração de dois semestres.
A diretora do projeto, Márcia Regina Battistela, diz que estudantes com 16 anos formados no projeto conseguem boa colocação no mercado e lembra que os games desenvolvidos não são apenas de entretenimento, mas também ligados à educação e saúde. “Se os pais têm filhos que só querem jogar, como alguns costumam dizer, eles podem ter um grande talento em casa sem saber”, pondera.
A brincadeira pode ser rentável
A profissionalização dos jogadores é algo real e rentável. Eles trabalham e treinam todos os dias e além dos campeonatos que disputam por seus times, que são considerados verdadeiras empresas, marcam presença em eventos do ramo. Dependendo do nível, o jogador pode ganhar, em média, de R$ 1.000 a R$ 5.000 mensais. Há jogadores de mais destaque que chegam a receber até R$ 10 mil, além dos patrocínios, venda de produtos e transmissões com anúncios pagos.
Gabriel Bohm, mais conhecido no mundo dos games como Kami, tem 19 anos, há três joga nos campeonatos de League of Legends como profissional e tem uma fanpage no Facebook com 366 mil seguidores. Ele não revela o salário, mas diz que “dá para viver” disso. Kami começou a jogar por diversão e foi convidado para integrar uma equipe em São Paulo. Participou de campeonatos fora do país e este ano seu time ficou em terceiro lugar no CBLOL. “Como qualquer outra profissão é preciso dedicação, superação a cada dia para continuar no topo. Não é fácil, tem desgaste físico, estresse e muita pressão psicológica, mas vale muito a pena”, disse, antes de ser cercado por fãs e distribuir autógrafos durante o campeonato em Florianópolis.
Saiba mais:
League Of Legends tem 67 milhões de jogadores ativos nos mundo
O e-Sport reúne multidões em estádios, principalmente onde o jogo é popular cmo na é popular na Coreia do Sul
Em 2014 mais de cinco milhões de pessoas assistiram partidas dos campeonatos pelo Youtube e Twitch
Mercado mundial de jogos digitais pode ultrapassar US$ 82 bilhões este ano.
Brasil
A maioria das empresas desenvolvedoras é de pequeno e médio porte, está em SP, RS, RJ e SC e tem entre um e cinco anos.
As empresas tem faturamento global de até R$ 16 milhões
85% dos profissionais deste mercado são homens e 15% mulheres
Santa Catarina
17 empresas concentradas na Grande Florianópolis com cerca de 200 trabalhadores, principalmente programadores e artistas produzem jogos para diferentes plataformas
50% do faturamento com exportação
Profissionais envolvidos: programador de jogos, artista, game designer, audiodesigner e produtor.
Salários: O salário médio de um programador de jogos iniciante é entre R$ 2.000 e R$3.000. Mas, há alguns tipos específicos de programadores de jogos que ganham mais de R$ 5.000 de salário inicial.
Info: Dados do BNDES, Riot Games e Acate.
(Notícias do Dia Online, 20/04/2015)
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