Projeto de lei regula publicidade em postes

Acusado pela Polícia Federal de ser um dos operadores de um suposto esquema para defender interesses de empresas de comunicação visual durante a tramitação do projeto de lei Cidade Limpa, o vereador Marcos Aurélio Espíndola, o Badeko (PSD), apresentou outra proposta na Câmara de Florianópolis beneficiando o setor dois dias antes de ser preso preventivamente pela Operação Ave de Rapina.

Dia 10 de novembro, o vereador protocolou um projeto de lei complementar que revoga a proibição de publicidade em “postes de iluminação pública ou de rede de telefonia, inclusive cabines e telefones públicos”. De acordo com Badeko, na exposição de motivos da proposta, a ideia é permitir os anúncios em orelhões.

“Esses orelhões possuem um valioso espaço publicitário, portanto a publicidade ficará bem próxima ao público, num momento em que costuma haver pouca distração, fato que viabilizará vários anúncios de pequeno porte, porém valiosos para a divulgação das empresas sediadas no município”, afirma o parlamentar.

A proposta ainda está em análise na Comissão de Constituição e Justiça. Badeko está preso desde 12 de novembro e é um dos principais alvos da Operação Ave de Rapina.

No terceiro inquérito derivado da investigação, concluído na sexta-feira pelo delegado Allan Dias, o parlamentar é citado como operador político de um esquema para levantar dinheiro junto a empresários da área de comunicação visual – arregimentados pelo também empresário Adriano Nunes – e pagar propina a vereadores para impedir que fosse aprovado o texto original do projeto de lei Cidade Limpa, que proibiria publicidade em cartazes e outdoors em Florianópolis.

(DC, 08/12/2014)