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28/11/2014
Mobilidade, por quem vive o problema
28/11/2014

Excesso de automóveis individuais é um dos principais problemas de mobilidade em Florianópolis

A fotógrafa Diane Pedroso, 28, está fazendo autoescola. Ela desistiu de andar de ônibus e pretende dividir o carro com o marido para se deslocar ao trabalho, levar a filha de cinco anos à escola e realizar as outras atividades que necessitar.

A bicicleta é uma alternativa que ela também costuma utilizar, mesmo assim, não tem coragem de ir muito longe pela falta de estrutura e segurança nas ruas para quem escolher se mover por meio deste modal.

Ela diz que não faria carteira de habilitação se o transporte coletivo funcionasse bem. Diane é um exemplo entre milhares de moradores da Grande Florianópolis que estão cansados do trânsito e da falta de mobilidade pela Capital e região.

“Tem carros demais circulando pela cidade”. Esta é uma frase ouvida praticamente todos os dias para quem vive na região, assim como “estou parado na fila”, “está tudo trancado” ou “o ônibus não chegou, está atrasado”.

O tema é recorrente em todo lugar. Para discutir a situação, será realizado quinta-feira, a partir das 18h na Assembleia, o último dos Seminários da Mobilidade promovidos pelo Grupo RIC, com especialistas como o ex-prefeito de Bogotá Enrique Peñalosa, o arquiteto Ricardo Corrêa e o coordenador do Plamus (Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis).

Segundo os dados preliminares do Plamus, são 0,66 carros por habitante só na Capital e 0,62 em toda região metropolitana. Quando comparada a outras regiões metropolitanas, a Grande Florianópolis tem a maior participação do automóvel na mobilidade das pessoas. Quase metade dos deslocamentos é feito de automóvel (48%), superando em quase o dobro os índices de cidade como Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e Porto Alegre.

A concentração de deslocamentos em e para Florianópolis fica no Centro (61%) e isso reflete na saturação dos principais corredores viários da região. As pontes estão com nível de saturação de 99% e na Beira-mar Norte chega a 84%. As vias que trazem os veículos para a Capital também estão com a capacidade no limite. Os níveis de saturação da BR 101 e BR 282 passam de 85%, cada.

E de acordo com dados do Detran-SC, esse número é crescente a cada mês. Em janeiro deste ano eram 213.204 veículos registrados em Florianópolis, em outubro o número passou para 215.682. O número de motocicletas também aumentou em 760 de janeiro a outubro. A média de pessoas por carro é 1,59. Entre automóveis e motos, só na ponte, passam cerca de 177 mil veículos por dia.

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(ND, 27/11/2014)

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