Na manifestação na Capital, que colocou mais uma bicicleta fantasma, ciclistas pediram convivência pacífica com motoristas
Florianópolis foi marcada ontem pela sexta bicicleta fantasma. Um poste na Avenida Madre Benvenuta, no Bairro Santa Mônica e a alguns passos da parada de ônibus número três, guarda a homenagem ao ciclista José Lentz Neto, 60 anos.
O funcionário da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) foi atropelado na sexta-feira. Cerca de 100 pessoas participaram da manifestação a partir das 19h30min, que teve um minuto de silêncio e a interrupção do trânsito. Uns vestiam branco e usavam cartazes como “Ghost Bike Nunca Mais” e pediam a criação de ciclovia no local.
A bicicleta em memória a Lentz foi doada por um dono de uma loja e depois pintada de branco. É um símbolo do movimento nascido nos Estados Unidos e que luta contra a violência no trânsito. Ao colocá-la próximo do local do acidente, os manifestantes pretendem chamar a atenção dos motoristas para que respeitem as leis do trânsito:
– Se a distância entre o veículo e ciclista de 1,5 metro tivesse sido respeitada, não teria ocorrido a morte – disse Daniel de Araújo da Costa, presidente da Associação dos Ciclousuários da Grande Florianópolis.
Entre os colegas de trabalho e amigos de pedaladas, estavam a viúva e uma das filhas de Lentz. Emocionada, Kátia Maria Lentz lembrou que viveu um casamento de 35 anos.
– Por nós essa bicicleta pode ficar aqui, pois é uma homenagem e vai servir de alerta – afirmou.
Enquanto a bicicleta era amarrada ao poste, o trânsito foi interrompido nos dois lados da rua. Integrantes da Rede of Silence, se descolocaram pelas ruas para um passeio do silêncio. Fizeram duas voltas ao redor do Shopping Iguatemi. Com gritos e palmas pediam pela ciclovia, conforme Termo de Ajuste de Conduta entre o shopping e Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf).
(Por Ângela Bastos, DC, 06/09/2012)
Associação faz alerta para o respeito no trânsito de Florianópolis
Florianópolis foi marcada ontem pela sexta bicicleta fantasma. Um poste na Avenida Madre Benvenuta, no Bairro Santa Mônica e a alguns passos da parada de ônibus número três, guarda a homenagem ao ciclista José Lentz Neto, 60 anos.
O funcionário da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) foi atropelado na sexta-feira. Cerca de 100 pessoas participaram da manifestação a partir das 19h30min, que teve um minuto de silêncio e a interrupção do trânsito. Uns vestiam branco e usavam cartazes como “Ghost Bike Nunca Mais” e pediam a criação de ciclovia no local.
A bicicleta em memória a Lentz foi doada por um dono de uma loja e depois pintada de branco. É um símbolo do movimento nascido nos Estados Unidos e que luta contra a violência no trânsito. Ao colocá-la próximo do local do acidente, os manifestantes pretendem chamar a atenção dos motoristas para que respeitem as leis do trânsito:
— Se a distância entre o veículo e ciclista de 1,5 metro tivesse sido respeitada, não teria ocorrido a morte — disse Daniel de Araújo da Costa, presidente da Associação dos Ciclousuários da Grande Florianópolis.
Entre os colegas de trabalho e amigos de pedaladas, estavam a viúva e uma das filhas de Lentz. Emocionada, Kátia Maria Lentz lembrou que viveu um casamento de 35 anos.
— Por nós essa bicicleta pode ficar aqui, pois é uma homenagem e vai servir de alerta — afirmou.
Enquanto a bicicleta era amarrada ao poste, o trânsito foi interrompido nos dois lados da rua. Integrantes da Rede of Silence, se descolocaram pelas ruas para um passeio do silêncio. Fizeram duas voltas ao redor do Shopping Iguatemi. Com gritos e palmas pediam pela ciclovia, conforme Termo de Ajuste de Conduta entre o shopping e Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf).
(DC, 05/09/2012)
Bicicleta “fantasma” será instalada no local onde ciclista morreu, sexta-feira passada, em Florianópolis
A morte de um ciclista na Avenida Madre Benvenuta, em Florianópolis, na última sexta-feira, aconteceu em um local onde deveria existir uma ciclovia, conforme o Termo de Ajustamento de Conduta assinado pela incoporadora que construiu o Shopping Iguatemi.
Devido a esse acidente, a sexta bicicleta fantasma será instalada em Florianópolis nesta quarta-feira, às 19h30min. Criado em 2003, nos Estados Unidos, o movimento se espalhou pelo mundo, colocando bicicletas brancas onde ciclistas sofrem acidentes fatais.
O homenagem será em memória a José Lentz Neto, ciclista que foi atropelado a poucos metros da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), onde foi servidor por 42 anos. Aos 60 anos, Lentz voltava para casa depois de seu último dia de trabalho. Tinha acabado de se aposentar. Ele era técnico-administrativo de Desenvolvimento e trabalhava na Central de Documentação. Segundo a filha Amanda, que estuda na Udesc, ele fez uma cirurgia de redução de estômago há alguns anos e começou a andar de bicicleta em busca de qualidade de vida.
A discussão entre ciclovia e ciclofaixa
Daniel de Araújo Costa, presidente da Associação de Ciclousuários da Grande Florianópolis (Viaciclo), participou da organização de uma bicicletada, que será realizada antes da colocação da bicicleta fantasma.
Chamada de Ride of Silence, passeio do silêncio, em tradução literal, o protesto tem o objetivo de cobrar a construção da ciclovia (com meio-fio para proteção dos ciclistas) na Madre Benvenuta, como proposto quando o Shopping Iguatemi foi construído. A incorporadora Pronta, maior acionista do shopping, assinou um Termo de Ajustamento de Conduta se comprometendo a construir ciclovia e ciclofaixa. Segundo o advogado da Pronta, Alexandre Araújo, o problema é que o termo de compromisso prevê a construção de ciclofaixa (com pintura indicando trânsito de bicicletas), e o Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf) entendeu que no local seria construída uma ciclovia.
— É um local onde o metro quadrado é muito caro. Para fazer uma ciclovia seria preciso desapropriar terrenos, alterar calçadas, é uma obra de milhões e não é o que nos comprometemos a fazer — disse Alexandre.
Processo vem desde 2006
O shopping foi inaugurado em 2006, desde então o processo sobre a ciclovia tramita na Justiça Federal. Enquanto isso, acidentes no local somam-se às estatísticas.
Segundo o Ipuf, o acordo feito com o Shopping Iguatemi, em audiência pública realizada em 2008, quando o processo corria na Justiça, é que o projeto realizado seria elaborado pelo Ipuf e pago pelo shopping. Conforme o instituto, mesmo sem alterações no trânsito da Madre Benvenuta, 400 metros de ciclovia já poderiam ter sido feitos, incluindo o trecho vizinho da Udesc, onde ocorreu o acidente fatal, e o trecho que foi feito, na Avenida Beira-Mar.
Segundo o Ipuf, existem fatores no projeto que encarecem o projeto, como iluminação e canteiros, mas o trecho de 300 metros entre a Udesc e o posto Petrobras já poderia ter ciclovia, pois não é necessária nenhuma modificação no trânsito para essa parte da obra. Desde o início de 2012, segundo a Polícia Rodoviária Militar, foram registrados 90 acidentes no Estado envolvendo ciclistas, 20 fatais.
(DC, 04/09/2012)